sábado, 28 de dezembro de 2013

Bolachas de manteiga



Bolachas de manteiga

250 g de farinha; 125 g de manteiga; 125 g de açúcar fino; 1 ovo inteiro grande; 1 pitada de sal refinado.

Corte a manteiga aos pedacinhos e misture com a farinha. Trabalhe este dois ingredientes com as pontas dos dedos até obter uma mistura com aspeto de areia grosseira. Adicionem em seguida o açúcar, o ovo e o sal. Misture tudo rapidamente com as pontas dos dedos até obter um bloco de massa homogénea que deve ficar a descansar em lugar fresco durante 30 minutos. Coloque a massa entre duas folhas de papel vegetal e tenda-a com a ajuda de um rolo. Deve deixá-la com uma espessura inferior a 0.5 cm, embora também não deva ficar muito fina. Corte as bolachas com a ajuda de peças produzidas para esse efeito. Coloque as bolachas no tabuleiro do forno sobre papel vegetal. Vão ao forno a 175ºC durante cerca de 10 minutos, ou até as bolachas começarem a ficar douradas. Ao saírem do forno colocam sobre uma rede para arrefecerem.

Nota: receita adaptada de "As receitas escolhidas" de Maria de Lourdes Modesto.

Bolachas em espiral



Bolachas em espiral

200 g de manteiga; 150 g de açúcar fino; 2 a 3 gemas; 375 g de farinha; 1 colher de café de bicarbonato; 25 de cacau magro em pó.

Cortar a manteiga em pedacinhos e misturara com o açúcar. Adicionar 1 gema e meia. Junte a farinha com o bicarbonato incorporado. Trabalhe em areia sem amassar. Divida a massa por duas tigelas. Em 1/3 da massa adicione o cacau e 1 gema de ovo. Misture até formar uma massa homogénea. Faça o mesmo com os outros 2/3 da massa. Coloque a massa branca entre duas folhas de papel vegetal e estenda-a com a ajuda de um rolo até formar um retângulo. Proceda de igual modo para a massa escura, mas faça um retângulo de menores dimensões. Coloque este último retângulo sobre o primeiro. Com a ajuda do papel vegetal enrole as massas, ajustando de forma a ficar um rolo compacto. Coloque no congelador cerca de 15 minutos até as massas estarem duras. Corte rodelas com a espessura de 0.5 cm que se colocam sobre um tabuleiro forrado com papel vegetal. Vai ao forno 10 minutos a 200º C.

(Adaptado de "As receitas escolhidas" de Maria de Lourdes Modesto)

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Bolo de Abóbora Hokkaido (potimarron)


Nos últimos tempos, estava a existir uma tendência para a compra de bolos numa pastelaria/padaria que abriu perto da minha casa, há pouco tempo. A desculpa era sempre a mesma. Os meus bolos são muito dietéticos, têm falta de açúcar e não consolam os estômagos mais ávidos de doces. A situação foi agravando-se de semana para semana, até que resolvi intervir. Prometi que passaria a fazer bolos com mais açúcar se esses recém "infiltrados" deixassem de aparecer na minha cozinha. Estou a tentar cumprir o prometido. Foi assim que resolvi recuperar uma receita anterior de bolo de abóbora. Voltei a fazer a receita com algumas adaptações. Mas confesso que o bolo ficou tão bom que eu o comi quase todo. Quando, nos últimos dias, me perguntam se engordei, disfarço. Digo que tenho bebido muita água e não tenho feito exercício físico. Na verdade, a história é outra. O culpado foi o bolo.

Aqui fica a receita:

2 chávenas de chá de farinha de trigo integral
1 chávena de chá de farinha de arroz
1 e 1/2 chávenas de chá de açúcar mascavado
1 colher de sobremesa de canela
1 colher de chá de noz moscada
3 chávenas de chá de abóbora Hokaido (potimarron) ralada com casca
1/2 chávena de chá de azeite
1 iogurte magro
4 ovos
1 colher de sopa rasa de fermento
1 colher de chá de bicarbonato de sódio

Cobertura: 2 colheres de sopa de açúcar, 2 colheres de sopa de flocos de aveia e 1/2 colher de sobremesa de canela.

Comecei por ralar a abóbora na picadora. Como referi antes não lhe retirei a casca. Esta depois de cozida fica bastante mole. A seguir juntei os ingredientes secos e por fim os húmidos. Deixei para o final o fermento e o bicarbonato de sódio. Antes de ir para o forno espalhei por cima da superfície do bolo uma mistura preparada com açúcar, canela e aveia. O tempo de cozedura foi entre 20 a 30 minutos em forno a 180ºC, mas este tempo pode variar em função do tipo de forma. No final, deixei o bolo arrefecer sobre uma rede.

domingo, 6 de outubro de 2013

Sábado à tarde: um encontro, um livro e uns snacks



A minha experiência já me mostrou, inúmeras vezes, que podemos construir relações de empatia com outras pessoas, mesmo quando não as conhecemos de forma presencial. Por outro lado, as expectativas  que se criam sobre o outro, quando apenas o conhecemos no espaço virtual, suscitam essa vontade de ir ao encontro de alguém. Foi por isso que no último sábado planifiquei o meu dia de forma a poder participar numa sessão da Laranjinha, do blog Cinco Quartos de Laranja, que se realizou na Biblioteca Municipal de Algés. Das bloggers portuguesas já conhecia a Babette e a Mar a que acrescento agora a Isabel Zibaia Rafael.

A Isabel começou por falar da experiência como blogger e da evolução do projecto. Destaque para o lançamento do livro - Cozinha para Dias Felizes, que justificou de forma directa esta sessão. Comprei-o e posso dizer que é um excelente livro de cozinha com histórias.  Uma das receitas do livro - salada de quinoa vermelha com batata doce, foi a escolhida para ser preparada no momento. Posso dizer que a salada estava muito boa e que já estou a juntar ingredientes para a preparar em casa. Mas paralelamente ao livro também nos foi oferecido um exemplar de uma revista feminina onde a Isabel participa com receitas. Foi desse exemplar que eu retirei a receita dos snacks que aparecem na fotografia. Rápidos de fazer e de comer. Companhia certa para um livro de acção que nos entusiasma logo de início. A cada virar de página a mão procurava a taça dos snacks. E assim foi até só encontrar o fundo liso da cerâmica. Criou-se uma espécie de dependência passageira entre leitura e sancks. Quanto ao livro a leitura contínua e parece que terá seguimento em outro livro a ser publicado.

Aqui fica a receita dos snaks:

175 g de farinha de trigo sem fermento
30 g de queijo parmesão ralado
6 g de sal
20 g de sementes de sésamo brancas
20 g de sementes de sésamo pretas
20 dl de água

Juntam-se os ingredientes. No meu caso, talvez devido à qualidade da farinha que utilizei, não foi necessário usar os 20 dl de água. Usei uma quantidade inferior. A massa foi depois estendida numa superfície enfarinhada e cortados pequenos círculos que foram colocados num tabuleiro forrado com papel vegetal. Depois coloquei-os no forno previamente aquecido cerca de 10 a 15 minutos.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A tarte de caramelo do Chefe Vítor Sobral


Num dos fins-de-semana de verão, enquanto lia o caderno do Expresso, deparei-me com uma receita do Chefe Vítor Sobral que me pareceu bastante interessante. Aliás, à partida tenho sempre uma opinião favorável a todas as propostas gastronómicas deste chefe, em particular, na área da doçaria. Foi por todos estes motivos que cortei a receita e guardei-a para a testar na primeira oportunidade que surgisse. E, assim aconteceu. O aniversário de uma tia foi a desculpa perfeita para a degustação desta maravilhosa tarte. 

Para a massa são necessários:

300 g de farinha de trigo
150 g de manteiga
1 colher de café de sal refinado
100 g de açúcar
20 g de leite
2 gemas

Só pela simples listagem dos ingredientes da massa de tarte dá para a perceber, que esta é uma receita muito "séria". Para além do recheio também investimos na qualidade da massa. Deixando agora  de lado estes comentários, a receita refere que se deve triturar a farinha com o açúcar e juntar depois a manteiga, as gemas e o leite. Envolve-se a massa em película aderente e coloca-se a descansar no frigorífico. Por fim, estica.se a massa na tarteira (grande), pica-se com um garfo o fundo, cobre-se com papel vegetal e colocam-se feijões em cima. Vai ao forno a 190ºC durante 20 minutos.

Ao sair do forno, retiram-se os feijões e o papel e pincela-se com gema de ovo. Volta ao forno mais 2 minutos.

Para o recheio utilizam-se:

2 latas pequenas de leite condensado cozido
3,5 dl de natas
8 ovos

Misturam-se estes elementos no liquidificador e deita-se o creme assim obtido na base da tarteira. Vai ao forno a 120ºC durante cerca de 90 minutos, embora a receita indique apenas 45 minutos.




segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Pequeno almoço no pomar





Amanhecer no campo alentejano. Saturação de luz que logo se transforma em matizes rosa. Horas de doce solidão até que o dia se instale em definitivo.

Primeiro ocorreu um pequeno almoço de fruta colhida na altura. A que restava do Verão e a que já estava madura: maçãs, tangerinas, uvas, pêras. Depois seguiu-se o pequeno almoço do chá, do pão, das compotas e do queijo holandês.



domingo, 22 de setembro de 2013

Sombras no pomar




 Há imagens que gostamos de guardar. Como estas que foram obtidas este fim-de-semana no Alentejo. Uma pérgula no meio de um pomar. E o sol, ainda oblíquo, nas primeiras horas do dia, desenhava as árvores de fruto nos pilares brancos. Momento fugazes.








quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Choquinhos à algarvia


Antes de preparar estes choquinhos fiz uma visita ao primeiro blog - A minha cozinha, que agora funciona como uma espécie de caderno de receitas online. Senti alguma nostalgia ao ler muitas das entradas que ali ficaram registadas, pensando nos momentos familiares a que estiveram associadas. Por isso, lembrei-me de transcrever um desses posts.

"Do linguajar de quem passa férias na Ilha de Faro faz, com frequência, parte a expressão 'ir ao choquinho'. Mas, para que esta actividade se possa exercer é necessário esperar pela confluência de uma série de condições físicas, as quais estão relacionadas com as fases da Lua (luminosidade e marés) e com a ausência de vento. Na prática, a situação ideal é a de uma noite de Verão com Lua Nova, maré vazia e sem vento. Depois de reunidas estas condições os 'pescadores' juntam os seus apetrechos: garfos de ferro de cabo longo, um balde de plástico e um foco de luz. A técnica é ir caminhando à beira mar, na babuja, procurando não provocar grande agitação: os choquinhos ao ficarem encadeados com o foco luminoso tornam-se presa fácil do garfo do 'pescador'. Este tipo de pesca, 'ao candeio', é actualmente proibida na Ria Formosa, mas a verdade é que quando as condições são propícias continuam a ser inúmeros os focos de luz que se avistam na ria. De qualquer modo, na forma mais tradicional, os seus efeitos nocivos para o ambiente são muito reduzidos, porque também é mínimo o produto da pesca. Recordo que o máximo que conseguíamos, depois de umas 2 horas de 'trabalho', apenas fornecia matéria prima para um aperitivo. Era mais o divertimento, por irmos em grupo e ocorrerem sempre muitas peripécias, do que propriamente os resultados obtidos.

Depois, chegando a casa estes eram entregues às mãos das cozinheiras!"

Choquinhos à algarvia
500 g de choquinhos pequenos; 6 dentes de alho; azeite; louro

 
Num tacho colocam-se a alourar os dentes de alho, pisados, no azeite. Junta-se-lhe as folhas de louro e os choquinhos. Tapa-se o tacho que se vai agitando de forma a que os choquinhos fritem por igual, tendo o cuidado para que não comecem a pegar ao fundo. Quase no final deita-se um pouco de sal.




quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Robalos no forno com tomilho limão



Simples é muitas vezes sinal de bom e por vezes também de rápido. Embora este último aspecto nem sempre lhe esteja associado. Basta ver as preparações do Chefe Eric Ripert para perceber que a simplicidade de alguns pratos implica muito trabalho prévio. Mas não foi este o caso.

Os robalos (pequenos) começaram por ser salgados e depois preenchidas as barrigas com tomilho limão. Por cima coloquei umas rodelas de limão como se vê na fotografia, reguei com um fio de azeite e no final deitei um pouco de água no fundo do pirex. Esta é a minha nova técnica para reduzir a quantidade de gordura e ao mesmo tempo evitar que o peixe fique seco.

À parte, num pirex igual, coloquei a assar uns pimentos untados com azeite e salpicados de sal, juntando-lhes nesta caso umas folhas de alecrim. Foi tudo junto ao forno (180ºC) durante cerca de 20 minutos.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Apontamentos de férias: a cozinha do Mosteiro de Alcobaça


 Com o mês de setembro já avançado, na enumeração dos dias, é altura de terminar estes apontamentos de férias. Assim, este será o último da série. É o registo de uma (re) visita à cozinha do Mosteiro de Alcobaça.

Pela informação recolhida no local os espaços actuais resultaram de obras efectuadas no século XVIII. Obras essas que revelam já cuidados especiais com algumas funcionalidades necessárias numa cozinha. Por exemplo, foi desviado o curso de um pequeno ribeiro para passar neste local, permitindo deste modo a existência de água corrente e uma maior higiene na preparação dos alimentos. Lateralmente ao espaço central onde se destaca a enorme chaminé e duas grandes mesas de pedra, existem também várioslocais destinados à lavagem dos vários produtos.

Mas para além destas questões,  a parte mais estimulante da visita é imaginar o que seria aqui confeccionado. E nesse exercício sou conduzida aos "Apontamentos de cozinha" de Leonardo da Vinci, obra anterior no tempo a esta reforma e que provavelmente nem terá sido escrita por este autor. Mas seja qual for a sua origem verdadeira ela evidencia os vários problemas que foi necessário resolver até chegar à versão actual de cozinha. E estou a pensar num país europeu e num apartamento de cidade destinado à classe média. Quantas melhorias e quantas facilidades!

Por certo, este foi um local onde se assaram peças de caça ou de animais domesticados. Onde se fizeram compotas e geleias com a fruta da região, e, onde os ovos e o açúcar foram usados em profusão para produzir alguns dos doces que hoje fazem parte do património designado por doçaria conventual.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Apontamentos de férias: Sesimbra, farinha torrada, praia e peixe assado



 Gosto de praias vazias. Às primeiras horas da manhã. Quando as gaivotas ainda descansam no areal. Neste momento as nossas pegadas começam a cruzar as destas aves. Passado pouco tempo serão as da espécie humana a dominarem tudo. É a evolução percepcionada num curto espaço de tempo. A sintonia com a natureza é mail fácil de ser conseguida a esta hora. Sem esquecer porém os banhos de final de tarde. De preferência em setembro quando a luz é mais suave. Sentir no corpo o fluxo de vai e vem da maré que ora nos arrasta para terra, ora para o mar. Procurar encontrar o equilíbrio entre forças fisicamente opostas. Também esses são momentos especiais a guardar para o resto do ano.

No resto do tempo, entre o amanhecer e o anoitecer, faz-se o normal. Por exemplo, no caso de Sesimbra podemos provar uma especialidade local - Farinha Torrada. Comecei por me aperceber da sua existência no buffet de pequeno almoço do hotel. Intrigou-me o aspecto. Provei. Achei muito doce. Mas acabei por ir buscar outro quadrado. No dia seguinte voltei a repetir e soube-me ainda melhor. Nessa altura já tinha descoberto que a Farinha Torrada tinha origem numa espécie de barras energéticas que os pescadores levavam para o mar em tempos recuados. Hoje sofreu alterações para estar mais de acordo com os nosso paladar. Por sua vez eu ainda introduzi mais alterações na receita que encontrei no blog -  Diário da Cozinha. Na minha versão ficou assim:

- 250 g de farinha
- 250 g de açúcar mascavado
- 1 limão (casca ralada)
- 1 colher de sobremesa de canela
- 75 g de chocolate preto 70% cortado com uma faca aos bocadinhos (Lindt para cozinha)
- 3 ovos
- 125 gr de mirtilos

Depois de tudo misturado coloquei num tabuleiro de 25 x 18 cm, forrado com papel vegetal de cozinha. Salpiquei com farinha e levei ao forno (180ºC) cerca de 20 minutos. No final, retirei e coloquei a arrefecer sobre uma grelha. Só depois de frio é que cortei os quadrados.  O resultado é delicioso. De tal forma que já os coloquei todos numa caixa para os oferecer. Induzem o pecado muito facilmente. Irei pensar numa receita mais dietética sem adulterar muito o sabor.
 
Mas não só de doces se pode viver e em Sesimbra o peixe grelhado é obrigatório. Deixo a referência a um restaurante, frente à Doca de Pesca, onde comi um salongo excelente. Será um local a regressar em breve.





quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Apontamentos de férias: termas, sestas, moscas e uns almoços reconfortantes



Um dia, já há muito tempo, incentivada por uma tia avó, a família deslocou-se do local onde estava a passar férias, em pleno mês de agosto, para as termas de Monte Real. A referida tia achava que deveríamos ir para um local mais agitado porque aquele onde estávamos era um tédio, nas suas palavras. Assim, fomos para Monte Real terminar as férias. Com expectativas, mas ao mesmo tempo com algumas reticências.

O destino, ou outra entidade qualquer, decidiu que as coisas iriam correr mal. A referida tia caiu no hotel logo no primeiro dia e partiu um braço. A partir daí foi o reboliço total. Era necessário montar um serviço de vigília à doente. O hotel por sua vez revelou-se uma catástrofe, sentimento aumentado pela nossa má vontade. Até hoje só recordo as moscas em quantidade incontrolável e um jantar de cabeças de linguado cozidas com batatas e verduras. Claro que no dia seguinte as férias terminaram e regressámos a Lisboa, jurando que nunca mais voltaríamos a Monte Real. A promessa foi cumprida durante muito tempo até que este ano resolvi enfrentar o trauma. E lá fomos descansar uns dias para as termas, sem fazer "termas" nem "spa". Apenas descansar. Ler, comer bem, passear, ... tudo aquilo que se faz quando estamos predispostos a acreditar que o tempo é infindável.

As moscas continuavam por lá. Zunindo e infernizando a vida de quem gostava de beber todas as manhãs uma água fresca no Café Central, enquanto lia o jornal. Depois reparámos que também elas tinham os seus dias. Certamente função da humidade e do calor. Mas na maior parte dos locais não existiam moscas. Pareciam ter encontrar no Café Central o seu local favorito, talvez pela parreira cujas ramagens tapavam parte da esplanada. Nunca desistimos deste café, nem as moscas de nós. Arranjámos uma estratégia. Despejávamos um pacotinho de açúcar no prato que vinha com a chávena de café. Deste modo elas ficavam entretidas durante algum tempo.

Aproveito também esta entrada para recomendar dois locais onde se come bem perto de Monte Real. O restaurante Rotunda na praia de Pedrogão, onde o peixe é muito fresco e onde preparam um arroz de grelos excepcional. Há apenas de ter em conta as perguntas que se fazem ao dono do restaurante o qual nunca deve ser questionado sobre a origem do peixe ou qualquer outro aspecto menos positivo. Tendo esse cuidado tudo correrá bem. Outra especialidade que descobrimos foi o leitão assado à moda da Boa Vista (perto de Leiria). Ficámos rendidos. Existem vários restaurantes nesta povoação onde se come o referido leitão, muito superior ao que se faz actualmente na Mealhada. E digo-o como apreciadora de leitão assado. Justifica uma deslocação a Leiria para ir comer leitão.

Nota: as fotografias seguintes foram tiradas no parque das Caldas da Rainha.


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Apontamentos de férias: "Vintage Foz Club" na Foz do Arelho



As férias levam-nos muitas vezes a locais há muito não visitados. Daqueles que ficaram cristalizados em cantos da nossa memória. Fomos lá um dia, há muitos, muitos anos. Nunca mais lá voltámos. Sem qualquer razão. Apenas aconteceu. Por isso, as recordações daqueles espaços normalmente já não se encaixam na realidade. A Foz do Arelho é para mim um exemplo desse tipo de situações. As imagens que tenho já não representam nada que exista, ou pelo menos eu não consegui identificar os locais onde antes tinha estado.

Para memória futura, ficou agora a visita a um restaurante de moda, aberto há poucos meses: o Vintage Foz Club. Um espaço muito agradável onde tivemos um almoço suportado numa vasta oferta de petiscos. Propício ao encontro com amigos e ao recordar de outras histórias, e, acima de tudo, ao colocar em dia conversas, que durante o ano de trabalho acabam por por não acontecer. Assim aconteceu no final de Agosto, com tempo e boa disposição para saborear os vários petiscos.



segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Apontamentos de férias: a "Casa da Nora" em Cortes (Leiria)



As férias ainda não terminaram mas já é possível fazer um registo dos locais mais agradáveis por onde andámos. Conta não só o espaço, mais ou menos idílico, como a qualidade do que nos serviram. Por isso vale a pena referir a "Casa da Nora" em Corte, muito perto de Leiria. Já tinha encontrado referências a este restaurante em alguns guias. Ficámos contudo a saber que Cortes é uma aldeia conhecida, para além de outros aspetos, pelos seus restaurantes. Visitámos também o "Pião" onde comemos divinalmente por um preço bastante acessível.


No que se refere à "Casa da Nora" há a destacar não só a localização, à beira de um pequeno rio, como a qualidade do que servem. As escolhas podem não ter recaído sobre pratos de grande originalidade, mas qualquer deles, tanto o bacalhau com crosta de broa como o cozido à portuguesa, estavam bem confecionados e os produtos usados eram de excelente qualidade. Nos doces destaco um sorvete de maçã verde que me soube muito bem no final da refeição. Um sítio a regressar!

sábado, 31 de agosto de 2013

O peixe seco da Nazaré

 Há muitos anos que não visitava a Nazaré. Confesso que já não me recordava da tradição do peixe seco ao sol na praia. Fiquei fascinada com o aspeto quase que gráfico que as várias espécies adquirem quando extendidas nas redes em processo de secagem. Não provei. Disseram-me que na maior parte dos casos se prepara uma salada com o peixe desfiado, cebola e salsa picadas, temperados com um bom azeite.



terça-feira, 13 de agosto de 2013

Uma falsa paella ou apenas um aproveitamento de restos de frango assado


Às vezes, passamos por épocas de preguiça ou tão só de cansaço que nos obrigam a socorrer dos frangos assados de  compra. Se de início podem revestir uma certa tentação logo se transformam numa comida monótona. É nessa altura que começam a aparecer umas sobras dos ditos frangos assados no frigorífico. Já ninguém os quer comer no dia seguinte. Claro que é sempre possível aproveitar a carne e transformá-la no recheio de uns pasteis. Porém não foi essa a solução que escolhi a semana passada.

Num tacho largo e baixo, comecei por refogar uma cebola nova picada com a sua abundante rama verde. Usei para esse fim um pouco de azeite e um pouco de margarida liquida da Becel. Adicionei 6 bagas de cardamomo esmagadas com o cabo de uma faca e um pouco de curcuma (açafrão das Índias). A seguir juntei duas chávenas de chá de arroz agulha e misturei-o com os ingredientes anteriores. Passado 1 a 2 minutos foi o momento de acrescentar 4 chávenas de caldo de verduras e rectificar o sal. Depois juntei uma courgette pequena cortada em lâminas finas com a ajuda do pelador de cenouras, 1/2 pimento vermelho em tiras e os bocados de frango assado que tinham sobrado da véspera.

Numa primeira fase deixei o arroz ao lume por 10 minutos, passando-o depois para o forno aquecido a 180ºC durante outros 10 minutos. Isto permitiu deixar o arroz mais seco e intensificar os sabores. A experiência correu bem. Agora até me sugerem ir comprar um frango assado para que eu prepare um arroz.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Apenas iogurte, maçãs cozidas e canela

Como referi, numa entrada anterior, fui obrigada recentemente a estar uns dias em dieta zero. A que se seguiram outros dias de dietas líquida, mole e por fim quase normal, mas com redução de açúcares e gorduras. Esta experiência fez-me reganhar o gosto pelos alimentos simples e pelas preparações depuradas. Tirar prazer das coisas simples. Muito simples mesmo, como neste caso em que se tratava apenas de iogurte magro entre duas camadas de maçãs cozidas, polvilhadas com um pouco de canela. E nem por isso deixou ser uma sobremesa excelente.

domingo, 11 de agosto de 2013

Doce de mirtilos em versão light



Nos últimos tempos procuro evitar comer doces ou pelo menos reduzir bastante o consumo de bolachas, biscoitos, bolos e sobremesas. Acho mesmo que já consegui atingir uma fase em que não sinto grande necessidade de ingerir açúcares. Mas por outro lado, como também reduzi drasticamente as gorduras na minha dieta preciso de encontrar "algo" inofensivo que sirva para barrar uma tosta ou uma simples fatia de pão. Por isso, pensei em fazer compotas com uma adição de açúcar reduzida. Claro que isso implicará que sejam comidas com uma certa celeridade. Mas esse problema também se resolve preparando quantidades pequenas. Por exemplo, o suficiente para encher uma pequena taça que guardarei no frigorífico durante uma semana. Foi assim que surgiu este doce de mirtilos muito light.

Esta semana comprei no supermercado duas caixas de mirtilos que se revelaram um pouco ácidos. Estavam assim reunidas as condições ideais para fazer a primeira compota light. Comecei por lavar os mirtilos e colocá-los num tacho pequeno cobertos por água. Juntei um pau de canela e deixei ferver 10 minutos. A meio deste processo adicionei 2 colheres de sopa de açúcar mascavado. No final, coloquei o "doce", que já estava um pouco mais espesso, numa taça e juntei 2 folhas de gelatina previamente demolhadas. Mexi e deixei arrefecer antes de colocar no frigorífico.




quinta-feira, 25 de julho de 2013

Clafoutis de nectarinas


 O terraço torna-se no meu espaço preferido sempre que sou obrigada a abrandar o ritmo de trabalho. Local de descanso, de leitura e também de lanches que às vezes se prolongam pela noite. Ou apenas ficar sentada a olhar para a Lua ou assistir ao nascer do Sol. Posso mesmo dizer que os dias começam e acabam no terraço sempre que o tempo o permite. Foi por isso o local escolhido para receber uns amigos que nos vieram visitar.

Um lanche em que ganhou destaque um clafoutis de nectarina. A receita, semelhante à de clafoutis de ruibarbo, apenas se diferenciou por neste caso utilizar nectarinas e ter sido aromatizado com licor de tangerina, feito por uma das minhas tias.
 



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Sopa de beldroegas com queijo feta


Esta semana chegou à minha cozinha um molhe de beldroegas enorme. Estavam com um aspecto fresco e pediam para ser cozinhadas o mais rápido possível. Fiquei, por isso, a pensar o que poderia fazer para o jantar com as ditas beldroegas. Ocorreu-me a possibilidade de adaptar uma receita alentejana aos ingredientes que tinha em casa.

Assim, comecei por refogar em azeite 2 cebolas frescas com rama verde e 2 cabeças de alho frescas ainda com rama. Estes últimos tinham um sabor suave por se encontrarem na fase inicial do seu desenvolvimento. Depois, juntei água, temperei de sal e adicionei as beldroegas previamente escolhidas (retirados os talos maiores). Deixei ferver cerca de 10 minutos. À hora do jantar coloquei algumas fatias de pão de Mafra em tigelas grandes de loiça branca e deitei o caldo com as beldroegas. A seguir, esfarelei queijo feta por cima.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Palermas (biscoitos - cozidos em água + assados no forno)

Ontem, ao folhear um velho caderno com recortes de receitas, encontrei estes "palermas". Despertaram-me o interesse pelo processo invulgar de confecção. Primeiro são cozidos em água a ferver e depois vão ao forno a dourar. A receita também em tempos despertou a atenção da minha mãe que colocou à margem um ponto de interrogação. Teria provavelmente a ideia de a testar.
 

Os ingredientes base são poucos: 4 ovos, 4 colheres de sopa de açúcar e 1 colher de sopa de manteiga derretida. Depois de bem batidos junta-se farinha em quantidade suficiente para se conseguirem tender umas argolas que se cozem em água a ferver. Logo que comecem a flutuar retiram-se com uma espumadeira e colocam-se num prato revestido com papel absorvente.

Quando olhei para as argolas, depois de cozidas, pensei que a palerma seria eu em fazer esta receita. O aspecto estava longe de corresponder ao que se imagina de uns biscoitos. Eram argolinhas de massa encarquilhadas e sem cor. Porém, dando seguimento à receita coloquei-as, depois de retirado o excesso de humidade, no tabuleiro de forno previamente revestido de papel vegetal. A seguir, foram ao forno até ficarem coradas. Por incrível que possa parecer até cresceram e ficaram com uma crosta agradável. Claro que não são biscoitos para gulosos, mas fazem lembrar a massa de choux. Foi uma boa surpresa.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Tarte rústica de ruibarbo, com maçã e mirtilhos


Para não voltar a repetir o clafoutis resolvi experimentar uma tarte rústica de ruibarbo. Claro que nesta caso trata-se de uma receita com muito mais gordura (na massa). Se esse facto contribui para enriquecer o sabor e para a tornar mais tenra a verdade é que também obriga a um consumo mais moderado.

A massa foi feita a partir de chávenas de chá de farinha, 3 colheres de sopa de açúcar, 150 g de manteiga acabada de sair do frigorífico e cortada aos cubos, e, mais 2 a 3 colheres de sopa de água gelada (variável em função do tipo de farinha). Como todas as massas de tarte devem misturar-se os ingredientes com cuidado para não derreter excessivamente a manteiga. Por isso, numa primeira fase utilizo um garfo e numa segunda as pontas dos dedos. Depois de obter uma massa homogénea coloco do frigorífico cerca de 30 minutos.

No recheio utilizei 8 hastes de ruibarbo a que retirei parte da pele exterior e cortei um troços de 3 cm. Adicionei também, para fazer volume, uma maçã com pele cortada em fatias e 1/2 caixa de mirtilhos. Coloquei num tacho com água apenas a cobrir o fundo e juntei 1/2 chávena de açúcar amarelo. Deixei ferver 10 minutos, adicionando 2 colheres de sopa de farinha de milho para absorção do liquido que entretanto se formou e não queria desperdiçar.

Depois da massa estendida coloquei no meio o recheio (frio) e fiz uns cortes em diagonal na periferia de modo a facilitar a dobragem da massa. Antes de ir para o forno ainda polvilhei a massa com açúcar refinado para obter uma textura mais crocante. O tempo de cozedura foi de 15 a 20 minutos a 180ºC.



segunda-feira, 3 de junho de 2013

De olho num risotto de cogumelos e alho(s)




Já há dias que me perguntavam quando voltaria a fazer um risotto. Andava a adiar por ter vegetais que considerasse dignos desse fim. Por fim, acabei por passar no supermercado biológico onde encontrei uns alhos frescos, ainda com a rama verde, mais uns alhos franceses e uns cogumelos marrons que me pareceram fornecer a combinação perfeita.

Quanto à receita foi a da Mar que me incitou a fazer o primeiro risotto. Ficou na história. Agora todos os outros têm esse primeiro como referência. Para além, dos vegetais que referi também usei cenoura cortada em juliana.



quarta-feira, 29 de maio de 2013

O diabo vermelho passou pela minha cozinha (frigideira de lula gigante)




Primeiro houve um olhar de soslaio para a arca congeladora do supermercado. Lá dentro estva uma embalagem rectangular com o rótulo "tentáculos de pota ultracongelados". Desconfiei da afirmação. Afinal sempre ouvi dizer que as potas são uma espécie de lulas de qualidade inferior e mais duras. Para além disso, como era possível as lulas terem uns tentáculos tão grandes que se assemelhavam aos do polvo. Apesar de todas estas considerações negativas acabei por trazer a embalagem para casa.

Porém, a grande aventura só começou quando retirá-la do congelador fui ler o pequeno texto, em letras muito pequenas, que estava por debaixo do título: "(Dosidicus gigas) Capturado no Pacífico FAO 87". Coloquei o nome da espécie no Google e deparei-me com histórias fantásticas, algumas envolvendo mesmo naturalistas do século XIX, como Orbigny e Gray, com os quais me familiarizei por motivos de trabalho. Para não falar também do interesse do Rei D.Carlos por esta espécie. Já não eram apenas os tentáculos de lula gigante que estavam na cozinha. Havia uma história a redescobrir que falava de um diabo vermelho.

Estas lulas gigantes, que já deram origem no passado a muitas lendas, existem de verdade e vivem na costa este do Pacífico. Podem atingir cerca de 4 metros de comprimento. A captura com objetivos de consumo humano a grande escala é recente. Em vídeos como este é possível recolher mais informação sobre as lulas gigantes, designadas melos mexicanos como diabos vermelho. Isto porque podem alterar a cor para vermelho quando se sentem ameaçadas.

Este enquadramento científico e histórico aumentou a minha responsabilidade. Porque tenho como máxima na cozinha que se capturamos um animal para comer o devemos honrar. Que me desculpem os meus amigos vegans por esta confissão. Imagino que estejam chocados com esta minha vertente. Eu que até já me ofereci para dar um curso de cozinha vegetariana. Para desconto destas minhas incongruências tenho de confessar que esmerei-me e o resultado foi muito bom.

Comecei por cozer os tentáculos (1,5 kg) numa panela com água temperada com sal, pimenta, louro, 2 talos de aipo, 1 cebola grande inteira e algumas hastes de tomilho. Deixei ferver cerca de 90 minutos. Nos últimos 20 minutos acrescentei uma embalagem de batatas novas.


Na segunda fase da preparação coloquei numa frigideira grande azeite e uma cabeça de alhos esmagados com o cabo da faca, e, ainda 2 folhas de louro. Deitei as batatas escorridas na frigideira e fui virando para tomarem gosto. Entretanto cortei os tentáculos aos troços, acrescentando-os depois às batatas. Temperei com 2 colheres de pimentão doce, continuando sempre a virar com cuidado as batatas e as lulas para ganharem sabor. Por fim, burrifei com vinagre de vinho tinto. O resultado final foi muito bom.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Bolo de chocolate com tomilho


Já há muito tempo que não tinha vontade de fotografar as flores do jardim. Ainda hoje, quando abro o portão de ferro que dá acesso à casa dos meus pais e sou obrigada a atravessar o jardim, não posso evitar o recordar das pequenas histórias que todas aquelas plantas encerram. Às vezes, passo rapidamente. Outras fico a olhar. Mas o vaso de amores-perfeitos é como se fosse uma presença invisível que está à minha espera. O local onde se encontra foi escolhido por mim. Talvez porque, nos últimos anos, sempre que vivi momentos de aflição sentava-me nos degraus de pedra da entrada, foi esse o espaço que considerei mais adequado para os vasos de amores-perfeitos. Isto porque já tenho dois. Oferta de amigos que sabem o que eles significam para mim.

Esta introdução mais intimista serve para explicar a minha vontade de fazer um bolo para o meu pai, mesmo sabendo que o último bolo que fiz ainda não foi comido. Não consultei livros nem blogues. Foi apenas uma experiência de mistura de ingredientes, com base em dois aromas principais: o do chocolate e o do tomiho. Acho que ligam muito bem.  

Quanto à receita aqui fica:

- 2 chávenas de chá de farinha
- 1/2 chávena de chá de cacau em pó (magro)
- 1 chávena de chá de açúcar
- 1 chávena de chá de leite
- 1/2 chávena de azeite
- 1 colher de sopa de tomilho fresco picado (folhas)
- 1 colher de chá de essência de baunilha
- 1 colher de chá de fermento
- 3 ovos

À semelhança de outros bolos juntei primeiro os ingredientes secos e depois os húmidos. Quantos aos ovos, optei por adicionar primeiro as gemas e por juntar no final as claras batidas em castelo. Depois foi só levá-lo ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 30 minutos.