terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Fatias douradas

A minha mãe sempre gostou muito de fatias douradas. Este ano quando pensei fazer este doce natalício imaginei que iria encontrar algures, num caderno de receitas, algumas anotações orientadoras. Procurei em vão. Não existia qualquer referência. Provavelmente por considerar uma receita banal, que preparava de forma intuitiva. Foi então que comecei a fazer um esforço para recordar os gestos que vi tanta vez fazer sem que prestasse muita atenção, porque não aprecio as referidas fatias douradas. Recordo-me que a receita era distinta do habitual e que a diferença se devia à introdução de claras em castelo. Depois foi uma questão de recriação, embora me tenha esquecido do último passo - a calda.

Comecei por retirar a côdea a um pão de forma especial, comprado na pastelaria já para este efeito. A diferença de outros é o facto de ser muito mais denso. A seguir cortei em fatias com cerca de 1 a 1.5 cms. À parte, coloquei leite a ferver com um pouco e açúcar, 1 casca de limão e 1 pau de canela. Por outro lado, bati 4 claras em castelo a que adicionei posteriormente as gemas. O processo seguinte foi simples. Mergulhar as fatias no leite e depois nas claras de modo a ficarem cobertas. Fritei em óleo e salpiquei com açúcar e canela (misturados).

No final, recordei-me que a minha mãe fazia uma calda de açúcar ligeira, aromatizada com canela e que passava as fatias neste líquido para ficarem mais húmidas.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Natal verde

Este ano a mesa de Natal vestiu-se de verde e de branco, a que se juntaram umas pinceladas de azul e as transparências dos cristais. A ideia surgiu no momento. Queria algo leve e etéreo. Já não consegui comprar umas velas a condizer, por isso mantive as que estavam nos castiçais. Na verdade também não gosto de velas novas. Prefiro as que já tenham sido usadas. É sinal que estamos a dar continuação a alguma coisa. Neste caso, a uma tradição que antes era cumpria pela minha mãe.


A ementa seguiu o habitual (para nós). Uma canja com frango desfiado, seguida de vol-au-vents de bacalhau e espargos com salada de alface. Depois aconteceram os doces. As empanadilhas de batata doce, rainhas do Natal. Preparadas durante a tarde pela tia O., chegaram à mesa numa enorme taça de vidro rosa. Para ela se esticavam os braços para retirar mais uma empanadilha. A estas, juntaram-se outras iguarias: fatias douradas, sonhos, bolo rei (normal e de chocolate), tarte de noz, etc..

Quanto ao dia de Natal a ementa também foi simples. A A. preparou uns rissóis de camarão com a receita do recheio da minha mãe. A estes seguiu-se uma perna de peru assado, acompanhado com muitos legumes - pastinacas no forno com molho béchamel e parmesão, batatas pequenas assadas com tomilho e alho, abóbora (potimarron) assada com alho e azeite e abacaxi assado com hortelã. Para sobremesa tivemos ainda uns crepes de farinha de milho preparados como se fossem crepes Susette mas sem álcool. Esta última iguaria foi da responsabilidade da tia O..

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Pêras assadas com creme de custard em duas versões

Esta é uma receita destinada a todos aqueles que por motivos de saúde não podem fazer grandes transgressões à dieta. Felizmente não é o meu caso, que ainda posso ser gulosa. Mas todos nós temos familiares a necessitarem de atenção especial nesta época.

Não vos posso indicar o nome desta variedade de pêras. Por vezes, aparecem com um lacre vermelho no caule. Distinguem-se das outras por serem muito volumosas. Estas eram nacionais e não tinham qualquer lacre. Prometo que para a próxima tomo atenção no nome das pêras. Desde que as experimentei assadas num restaurante comecei a comprá-las para esse efeito.

Assim, numa primeira versão foram assadas no forno num pirex que no fundo continha um pouco de água e um pau de canela. Por cima e cada pêra coloquei ainda um pouco de açúcar mascavado. Nesta primeira versão foram servidas com um creme de custard fluído, aromatizado de canela.

No dia seguinte resolvi experimentar novo visual. Retirei a pela às pêras que me tinham sobrado e cortei-as aos cubos que coloquei em recipientes individuais. Polvilhei com canela e salpiquei com passas sem grainha. Depois preparei um creme custard mais espesso que deitei por cima.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sopa de cebola


Um destes dias apeteceu comer sopa de cebola. Sonhei com o sabor a tradicional, mas com muito menos gordura. Assim surgiu esta sopa que recebeu aprovação.

A base foi feita a partir de 4 cebolas grandes, descascadas e cortadas às rodelas, 1/2 courgette sem pele e 2/3 de chávena de flocos de quinoa. Água, sal e para terminar 1 cubo de ervas da Provença (BRIO). Deixei ferver 30 minutos e depois transformei em puré. Na altura de servir coloquei umas lascas de queijo parmesão em cima.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sopa alentejana de coentros

Sempre que visito em Madrid a minha amiga E. recorda-se de uma sopa que comeu em minha casa, numas férias, já há alguns anos. Essa sopa não é mais do que a açorda à alentejana, que eu também aprendi a apreciar quando vivi longe do Portugal. Onde, para ter coentros era preciso cultivá-los num vaso e o pão, com a consistência adequada, tinha de ser feito em casa. Lembro-me que eu fazia o pão e um amigo dos meus pais, engenheiro agrónomo, plantava os coentros. Quando estes cresciam e se podia fazer a sopa juntavam os amigos portugueses, também eles com saudades do sabor e aroma que se desprendem de um prato cheio desta sopa.

Em cada taça coloquei cerca de 1 colher de sopa de coentros picados, 1 alho picado (sem a parte central, que é mais indigesta) deitei 1 colher de sopa de azeite e coloquei 3 ou 4 fatias finas de pão do dia anterior (pão alentejano de preferência). Depois na água em que tinha cozido o bacalhau escalfei 1 ovo por cada taça. Este processo deve levar apenas 3 minutos. Neste caso, o conta minutos enganou-me e o ovo cozeu um pouco mais. Por último, coloquei os ovos nas taças (ou pratos) e deitei por cima a água de cozer o bacalhau.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Bacalhau no forno com puré de abóbora e queijo parmesão

Acho que é a segunda vez que faço uma receita deste género. Algures, numa entrada anterior, existe um prato de bacalhau semelhante. Não garanto que seja exactamente igual, mas julgo ser muito parecido.

Comecei por fazer um puré com batata e abóbora potimarron (hokaido), numa percentagem de 50% de cada um dos ingredientes. Temperei o puré com um pouco de leite. A quantidade deve ser reduzida uma vez que a abóbora já tem bastante humidade. Adicionei 1/2 pacote de parmesão ralado e noz moscada também ralada no momento. Rectifiquei depois o sal.

À parte, fiz um refogado de azeite e cebola (3 grandes) às rodelas a que adicionei 1 folha de louro. Deixei a cebola começar a alourar e nessa altura adicionei o bacalhau cozido, separado previamente em lascas. Deixei ao lume (brando) mais dois minutos para tomar gosto.

Depois montei o tabuleiro de ir ao forno, colocando uma pequena camada de puré no fundo, a seguir o bacalhau e por último uma boa camada de puré. Alisei com uma colher e pincelei com gema de ovo. Foi depois ao forno apenas para tostar um pouco.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Bochechas de porco em dois momentos


Às vezes, há momentos de inspiração que apuram os sabores e as cores. Foi o que aconteceu com esta receita. Chamo-lhe em dois momentos, porque na fase existiram duas fases distintas. A primeira na forma de estufado e a segunda na de assado.

Comecei por refogar em azeite 2 cebolas picadas a que juntei depois 1 alho em lascas e 1 folha de louro. Dentro deste refogado coloquei as bochechas de porco, virando-as até estarem seladas. Acrescentei a seguir 1/2 l de vinho branco, 1 colher de sopa de massa de pimentão, sal, 2 cenouras às rodelas e folhas de tomilho fresco. Deixei estufar durante 30 minutos.

Por último, coloquei num prato de ir ao forno, rodeadas (as bochechas) com batas pequenas previamente cozidas. Deixei estar no forno cerca de 15 a 20 minutos. Nota: reguei as batas com o molho.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Carpaccio de beterraba com roquefort

Às vezes, apetece fazer um pouco mais. Preparar uma entrada para o jantar que se deseja mais demorado, com direito a vela e a sobremesa. A inspiração, neste caso, veio de um dos últimos números da Saveur (francesa).

Cortei uma beterraba crua (bio) em fatias muito finas com a faca de cerâmica. Coloquei as fatias em pratos individuais. Por cima coloquei pedacinhos de queijo roquefort e nozes. Temperei com azeite e vinagre balsâmico. Ficou uma mistura agradável que será repetia um dia destes. Infelizmente as fotografias ficaram um pouco escuras.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Creme de couve-flor com abóbora e agriões


Sinto que este inverno preciso de variar o meu receituário de sopas. Já estou cansada do creme de cogumelos e do creme de brócolos com gengibre, que tantas vezes fiz o ano passado. Ando, por isso, a tentar encontrar novos sabores. Foi assim que surgiu esta sopa.

Na sua preparação utilizei uma couve-flor média, cortada em raminhos, 1/3 da quantidade de couve-flor em abóbora potimarron, 1/2 colher de chá de cominhos, 1 cubo de ervas da Provença, sal, água. Deixei ferver 30 minutos e depois reduzi a puré. A seguir, coloquei os agriões e deixei ferver mais 15 minutos.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Há sempre bacalhau

Acho que em casa de um português há sempre bacalhau pronto a ser utilizado. No meu caso, sinto-me sempre reconfortada pelo simples facto de saber que ele aguarda as minhas decisões, arrumado em sacos de plástico no congelador, depois de ter sido devidamente dessalado. Costumo colocar duas postas por saco para uma melhor gestão, mas desta vez foram umas mãos mais apressadas que fizeram a divisão e os sacos tinham várias postas. Facto que alterou os meus planos. Comecei por pensar em cozê-lo e depois aproveitar os restos para um prato de bacalhau no forno. Contudo, ponderei no tempo que isto implicaria e resolvi seguir outro caminho. Opções de preguiçosa! A mudança e planos correu bem e fiquei orgulhosa do resultado final.

Num prato grande de ir ao forno coloquei no centro as postas do bacalhau ligeiramente sobrepostas. Envolvi-as em rodelas de cebola roxa, alhos esmagados e 2 folhas de louro. À volta coloquei batatas já cozidas com pele. Reguei tudo com uma abundante quantidade de azeite e levei ao forno durante 40 minutos a 180ºC. Durante esse período reguei várias vezes o bacalhau e as batatas com o azeite.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Nuggets em versão Babette

Apesar de não ter deixado nenhum comentário no blogue da Babette, quando ela apresentou esta receita, a verdade decidi que a tinha de experimentar nos próximos. Assim aconteceu. Foi só o tempo de comprar os cornflakes. Tarefa na qual tive uma ajuda. O resto já existia em casa.

A única alteração foi o molho. No meu caso utilizei uma mistura de iogurte com hortelã picada com um leve tempero de sal.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sopa de grão com abóbora (versão rápida)

Esta sopa foi inspirada em sabores da infância e adaptada aos nossos dias. Comecei por colocar ao lume um pouco de azeite com cebola picada. Juntei depois um alho picado e uma folha de louro. Logo de seguida, sem deixar alourar, adicionei água com 1 caldo de ervas da Provença que comprei no BRIO. Juntei depois abóbora cortada em cubos não muito grandes e dois bocadinhos de chouriço. De seguida adicionei uma lata de grão já cozido e umas bolas de espinafres congelados. Dexei ferver cercade de 10 minutos e por último adicionei a massa (integral), respeitando os tempos de cozedura recomendados. Ficou uma sopa muito gostosa e rápida de preparar.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Professora gulosa e alunos com competências inesperadas

Por esta altura do ano faço sempre umas saídas de campo a Sintra/Cascais com os meus alunos. Criámos mesmo a tradição de tirar uma fotografia numa determinada pedra, situada na Peninha. Este ano fui surpreendida no dia seguinte, já em laboratório, com um bolo realizado por um aluno e alusivo a alguns dos locais visitados. Uma homenagem que me deixou emocionada pelo que significa de carinho pelo grupo de docentes que os acompanhou na semana intensiva de trabalhos de campo. São momentos doces como este que compensam muitas outras frustrações.


domingo, 20 de novembro de 2011

Salmão glaceado ou apenas o minimalismo à mesa?

Quando as semanas e os dias passam a ritmo acelerado fica o desejo de chegar ao fim-de-semana, ou apenas ao final do dia, e ter garantida uma refeição simples. Incluo neste conceito de "simples" não só a que tem poucos ingredientes como aquela em que o tempo de preparação é reduzido face ao resultado que se consegue.

Assim aconteceu com este salmão. Desta vez comprado no mercado em postas avantajadas. Para o temperar comecei por misturar 2 colheres de sopa de molho de soja baixo em sal, 1 colher de sopa de vinagre balsâmico e outra de geleia de agave. Pincelei o peixe e coloquei na assadeira, salpicando-o ao mesmo tempo com flor-de-sal. Por último, reguei com um fio de azeite e deitei por cima folhas de alecrim. A acompanhar as postas de salmão coloquei batatas previamente cozidas, que tinham sobrado de outra refeição.

Nota: o tempo de cozedura foi de cerca de 15 a 20 minutos.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Trilobites doces e outras delícias geológicas (Arouca)



Como referi na entrada anterior Arouca é sede de um Geopark onde para além de muitos outros motivos de interesse se destacam as trilobites (fósseis do Paleozóico) e as "pedras parideiras" (granitos com nódulos de biotite). Foi exactamente este o tema que serviu de lanche a um coffee break matinal. Toda a doçaria colocada sobre uma mesa de granito e ao lado de uma lareira acesa tinha por base a geologia local. As "pedras parideiras" é possível encontrá-las nas boas pastelarias de Arouca, quanto às trilobites parecem que só as fazem por encomenda.




domingo, 13 de novembro de 2011

Um chá no Mosteiro de Arouca


Esta semana, motivos de trabalho levaram pela primeira vez a Arouca, vila que a criação do Geopark de Arouca tem ajudado a dinamizar. Desta vez foi local de realização de um congresso internacional de geoturismo. Foi nesse contexto que tive a possibilidade de apreciar uma série de iguarias que me deixou com muita vontade de regressar para uma estadia mais longa. Enquanto isso não acontece retenho a enorme simpatia de todos os que nos receberam e a excelente qualidade da doçaria.

Esta casa de chá foi montada na antiga botica do convento, local onde se realizou o congresso. Era o espaço propício para uma conversa mais destendida entre colegas ou para um pequeno descanso a meio da manhã ou da tarde. A cor base era o "verde claro", designação que também dá nome a uma marca de compotas comercializada já em lojas gourmet.



A infusão que aqui bebemos é uma mistura mágica desenvolvida pela Maria Clara, que além de várias ervas contém pétalas de flores. Deliciosa! Foi saboreada num espaço acolhedor, acompanhada de quadrados de bolo de chocolate, de doce de leite e de limão com coco. Fresquíssimos, numa harmonia total a que se seguiu uma prova de compotas que vieram para a minha cozinha em frasquinhos cobertos com uma chita de florzinhas rosa com folhas verde claro. Ainda trouxe mais uma caixa de bolos, porque a Maria Clara todos dias fazia bolos frescos e não queria aproveitar os do dia anterior. Claro que depois de tudo isto ficou uma enorme vontade de regressar a Arouca.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Raia de caldeirada com uma pequena dissonância

A minha relação com o peixe é complexa. Os ódios e as paixões sucedem-se no tempo. Desconfio das texturas e dos odores. Excepção feita ao bacalhau e ao linguado espécimes em relação às quais não alimento reservas. Mas apesar deste clima de suspeita por vezes gosto de ir até ao mercado de Algés, comprar peixe. Foi o que aconteceu no sábado passado em que resolvi comprar raia para satisfazer o meu marido, que nos seus tempos de estudante, em França, comia com frequência este peixe. Pedi uns conselhos à peixeira sobre formas de cozinhar a raia e ela referiu a possibilidade de fazer uma caldeirada, cujo molho poderia engrossar com fígado do animal. Achei a ideia excelente. Pensei logo nos ómega 3 que ficariam a boiar no líquido. Tão saudáveis! Só não me lembrei de um problema importante - o cheiro, o horrível cheiro.

A confecção da raia, que em termos de paladar até estava gostosa, transformou-se num episódio trágico-cómico que exigiu a intervenção de grandes quantidades de spray de alfazema, para "purificar" o ar. Parecia que tinha derramado um frasco de óleo de fígado de bacalhau na cozinha. Depois, o odor forte espalhou-se pela casa. O meu marido protestava, como era possível eu ter colocado fígado no molho. Uma raia que poderia estar tão gostosa se não fosse este pequeno pormenor. Um peixe que nem costuma ter cheiro, dizia-me ele, enquanto se apressava a tapar o tacho! Enfim, hoje a tragédia terminou com os restos a irem para o lixo, porque tive consciência que eu não resistiria às moléculas que surgiriam de imediato na atmosfera da minha cozinha, caso me atrevesse a aquecer a raia e o respectivo molho. Não sei mesmo se o casamento não ficaria em perigo. Pelo menos eu seria ameaçada com uma ida de emergência ao restaurante mais próximo. De qualquer forma deixo-vos a base da receita e aconselho-as vivamente a não adicionarem os "maus" fígados da raia ao molho.

Comecei por fazer um refogado com 2 cebolas grandes às rodelas e azeite. Deixei alourar lentamente e depois juntei 1 folha de louro, três dentes de alho fatiados e 2 cravinhos. Posteriormente, adicionei uma lata pequena de tomate aos bocados, umas rodelas de chouriço, um pouco de pimento lampião, alguns filamentos de açafrão, sal e vinho branco (Bucelas). Deixei ganhar sabor e no final coloquei a raia já salgada (30 minutos) cerca de 10 minutos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Travesseiros com farinha de trigo integral (aproveitamentos de peru)


Esta receita é uma variante de outra que faço bastantes vezes para aproveitar restos de carne. Neste caso utilizei farinha de trigo integral (250 g) e 100 g de margarina vegetal que esfarelei juntamente à farinha. Adicionei a seguir 1 ovo, sal e água fria até obter a consistência adequada. Fiz uma bola e coloquei no frigorífico durante 30 minutos. Depois foi só estender e rechear com umas sobras de bifinhos de peru a que adicionei um pouco de caril em pó para avivar o sabor.

Antes de irem para o forno pincelei os travesseiros com gema de ovo. O tempo de exposição ao calor foi de cerca de 15 minutos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Bacalhau com crosta de milho

Dar novo visual a umas sobras de bacalhau, couve-portuguesa e cenouras cozidas foi um os objectivos esta receita. Não me apetecia fazer refogados nem molho béchamel, por isso a opção foi a crosta de milho.

Coloquei os restos numa taça de ir ao forno, partidos aos bocadinhos. Depois coloquei aproximadamente 2 latas de milho no copo triturador, juntando um pouco de creme de arroz para cozinha. Também poderia ter sido leite ou mesmo natas. Transformei em puré e em seguida adicionei 1 ovo e queijo parmesão até obter um creme espesso que coloquei em cima dos restantes ingredientes. Levei ao forno cerca de 20 minutos e no final liguei o grill para tostar um pouco a parte de cima.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Creme de couve-flor e alho francês

Estive à espera que a temperatura começasse a descer, embora de forma tímida, para fazer a minha primeira sopa de outono. A receita foi inventada no momento, tendo por base uma couve-flor média que parti aos ramos, uma quantidade igual de alho francês (congelado e já preparado), 1 cubo de legumes provençais, comprado no BRIO, 1/4 de colher de chá de caril, água e um pouco de sal. Deixei ferver 30 minutos e antes de triturar adicionei umas folhas de manjericão frescas.

No momento de servir acrescentei ainda 2 colheres de sopa de iogurte grego magro que epois misturei no creme. Só posso dizer que hoje me soube bem ter uma sopa para comer ao jantar.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ossobuco estufado

Creio que foi a segunda vez que preparei ossobuco. Não é algo que se deva comer todos os dias, mas a ideia de ter a carne ao lume com os legumes durante largo tempo fascinou-me. Funciona como contrapartida ao forno e talvez seja menos dispendioso.

Comecei por um refogado com bastante cebola e azeite a que depois juntei uma lata pequena de tomate. Seguiram-se de imediato outros temperos: talos de aipo, cenouras cortadas, 1 folha de louro sem a nervura central, 6 bagas de zimbro, 1/2 pimento lampião, sal, raminhos de tomilho limão e um pouco de vinho branco apenas o suficiente para cobrir a carne. Depois foi deixar em lume muito brando durante cerca de uma hora e meia.

domingo, 9 de outubro de 2011

Perna de borrego assada

Como já antes referi gosto de arranjar os tabuleiros que vão para o forno, como se estivesse a pintar uma paisagem. Cores que combinam e efeitos visuais que nalguns casos se intensificam e em outros se atenuam depois de passarem por uma exposição ao calor. Assim foi com este assado. O borrego era de excelente qualidade, como verifiquei posteriormente.

Primeiro furei-o com a faca de cerâmica em diversos locais de modo a enfiar dentro da carne dentes de alho inteiros (sem pele). Depois barrei a carne com abundante massa de pimentão. Poderia também ter utilizado uma pasta feita com alho, sal grosso, azeite e colorau (pimentão doce). Para completar a tortura espetei a carne com raminhos de alecrim.

À parte, cortei batatas biológicas em fatias finas, sem contudo chegar ao fundo da batata. Salpiquei-as com sal e alecrim. Por último reguei tudo com um pouco de azeite e de vinho branco. Levei ao forno cerca de 45 minutos, tendo regado a carne e as batatas com o molho a meio da cozedura.


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Filetes de pescada com mostarda

Mais uma refeição rápida que resultou do desejo de comer um prato com uma textura cremosa. Assim, comecei por barrar quatro filetes de pescada com uma abundante camada de mostarda de Dijon forte. Depois fiz um pseudo molho béchamel. Isto é, utilizei azeite em lugar de manteiga a que acrescentei duas colheres de farinha de trigo integral e a seguir, de forma gradual, adicionei o leite (magro) até obter a consistência de creme. Temperei com sal e noz moscada, porque também tinha saudades do sabor desta especiaria. Coloquei o creme em cima dos filetes, salpiquei com sementes de sésamo preto e levei ao forno 20 minutos.

Quanto ao puré de batata que acompanhou o peixe ele foi feito da forma tradicional. Apenas acrescentei uma colher de chá de curcuma na água de cozer as batatas e no final substitui a manteiga por um fio de azeite.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Lombo de porco recheado com tâmaras

Estou de regresso aos assados. Como dizem a Mar e a Babette são uma imagem de marca desde blogue juntamente com as gelatinas. Neste caso comecei por abrir uma peça de lombo de porco, barrá-la com massa de pimentão e depois rechear com tâmaras e talos de aipo. Depois foi só fazer o rolo e colocar por cima umas folhas de tomilho limão. Aproveitei para assar umas cenouras, que deveriam ter sido cortadas longitudinalmente para facilitar a cozedura. Não o foram. Por isso estavam um pouco duras. Sobre estas coloquei azeite, sal e vinagre balsâmico, enquanto sobre a carne só deitei um fio de azeite. O assado ficou pronto em cerca de 40 minutos.

domingo, 2 de outubro de 2011

Iogurte com amêndoa ralada e clementinas

A ideia de ter um doce que nos espera no final de uma refeição reconforta sempre o espírito. Mesmo que seja algo simples, como aconteceu neste caso. Uma mistura de sabores que cada um por si já se bastaria.

Como base obtei por ralar umas amêndoas algarvias com pele. Por cima coloquei gomos de clemetina em calda que comprei no supermercado do El Corte Inglés. Mais um pouco de chocolate preto raspado de forma grosseira. Depois foi tudo tapado com um manto branco feito com iogurte magro (cremoso), 2 colheres de sopa de agave e 1 colher de sopa de essência de baunilha.

domingo, 25 de setembro de 2011

Abóboras recheadas com frango

Ao regressar de férias a única coisa que tinha no frigorífico, em termos de proteínas, eram uns peitos de frango. Utilizei-os numa receita simples que teve por base um refogado de azeite, cebola e muito alho francês a que depois juntei a carne cortada aos cubos. Adicionei um pouco de água e deixei estufar cerca de 15 minutos. No final, adicionei creme de arroz e noz moscada moída na altura. Este prato não chegou a ser fotografado pela pressa que houve em comê-lo, porém ficaram umas sobras que nos dias seguintes decidi aproveitar. E, é neste ponto que começa a história desta entrada.

As duas abóboras pequenas da variedade butternut foram cortadas ao meio e esvaziada do respectivo conteúdo. Fiz também uns cortes na polpa do "pescoço" para cozerem com maior facilidade e receberem os sabores. Depois foram recheadas com as sobras de frango e salpicadas de queijo parmesão e orégãos. No final tudo se completou com um fio de azeite. Foram ao forno o tempo suficiente para a abóbora ficar assada. Nota: a certa altura, para não ficar o queijo muito tostado coloquei uma folha de papel de alumínio por cima do tabuleiro.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Vol-au-vents com recheio de leitão

Mais uma receita para a categoria "aproveitamentos". Desta vez o ponto de partida foram uns pedacinhos de leitão assado que cortei aos bocadinhos. Com eles fiz um recheio simples que serviu para preencher uns vol-au-vents que tinha comprado para uma ocasião em que fosse necessário paroveitar algumas sobras.

Comecei por picar cebola que deixei alourar num pouco de azeite. Juntei depois 1 colher de chá de maizena e um pouco de leite de modo a obter um creme. Por último, adicionei o leitão e rectifiquei os temperos. Poderia também ter adicionado salsa ou tomilho.

Depois de recheados foram ao forno apenas o tempo suficiente para aquecer a massa e deixá-la estaladiça.

sábado, 17 de setembro de 2011

Strudel de frango e massa

Provavelmente estarão a pensar que as férias me deixaram preguiçosa. Talvez tenham alguma razão. Mas elas foram também um momento de reflexão sobre a melhor forma de gerir o meu tempo. Procurar ter períodos de descanso que evitem fases de cansaço grande, as quais são pouco produtivas. Procurarei seguir o princípio que quem não sabe descansar também não é bom trabalhor. Na sequência destas reflexões, adequadas ao início de um novo ciclo lectivo, passei todo o princípio da semana a procurar organizar o tempo e a completar tarefas. Só no final é que comecei a cozinhar. Contudo, este strudel e a entrada que se segue ainda são do período antes das férias.

Esta receita de strudel salgado é uma das minhas preferidas. A massa fica sempre bem e faz-se depressa. Depois é uma boa forma de aproveitar restos. Neste caso, para o recheio utilizei dois bifes de frango já cozinhados que coloquei na picadora com uns talos de salsa. Depois adicionei-lhe um frasco de molho de tomate, sobras de massa (pene), dois ovos e um pacote pequeno de queijo parmesão. No final verifiquei o sal.

Massa: 300 g de farinha, 80 g e margarina derretida, 1 ovo inteiro, água e sal q.b. Depois de amassados os ingredientes deixa-se descansar 20 a 30 minutos.

Coloquei o recheio sobre o rectângulo de massa e fechei com se fosse um envelope. Pincelei com gema de ovo e levei ao forno cerca de 20 minutos juntamente com duas espigas de milho. A acompanhar servi couves pak-choi com cogumelos.