sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mini panquecas com ricotta e salmão fumado

Ontem, apeteceu-me fazer uma comemoração antecipada do final de 2010, aproveitando para estrear o prato da Bordalo Pinheiro que me ofereceram no Natal. As cores ligam bem com as decorações desta época e o "olho vivo" do peixe é uma nota de optimismo para o ano que está a chegar.

Esta entrada é muito simples e pode ser realizada numa versão mais light ou optar-se por ingredientes com maior quantidade de gordura. Como referência para as panquecas usei uma receita de O Livro das Técnicas de Culinária - Le Gordon Blue. É um excelente tratado de cozinha, no qual se pode confiar plenamente. Escolhi as panquecas na chapa, com cerca de 5 cm de diâmetro, também designadas por silver dolars. Para a massa utilizei:

- 225 g de farinha de trigo
- 300 ml de leite
- 1 a 2 colheres de sopa de manteiga derretida (substitui por ricotta)
- 1 a 2 colheres de chá de fermento (coloquei apenas uma)

Para preparar as panquecas utilizei uma frigideira grande antiaderente que untei com azeite, limpando depois o excesso com papel absorvente. Quando a chapa da frigideira já estava quente coloquei colheres de massa com bastante espaço entre elas. Logo que começaram a formar-se bolhas no centro, e, as margens ficaram cozidas virei-as com uma espátula de madeira. Deixei fritar até ficarem alouradas o que acontece rapidamente.

Por cima de cada uma delas coloquei um pouco de ricotta e uma pequena fatia de salmão fumado, terminando com um pouco de eneldo. Poderia ter substituído a ricotta por natas batidas, aromatizadas com sumo de lima, que também teria ficado agradável. À falta do eneldo, o cebolinho poderá ser uma excelente opção.

Aproveito para lhes desejar uma feliz passagem de ano (e de década), assim como um excelente 2011

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Creme de bróculos aromatizado com gengibre

Esta é uma das minhas sopas preferidas, quando tenho pouco tempo. Aliás, estou a revisitar uma receita que já coloquei neste blogue. O principal neste caso foi a envolvente, ou seja, as pegas laranja que me foram oferecidas pela N. e pelo F. no Natal, juntamente com uma caixa de produtos gourmet, que têm feito as nossas delícias.

Quanto à sopa comecei por separar em troços mais pequenos dois ramos de bróculos (bio). Juntei depois 3 cebolas tenras que compro no supermercado do El Corte Inglés e um cubo de vegetais bio. Para além disso o toque especial foi dado por um talo de gengibre (3 a 4 cm) cortado aos pedaços. Tudo colocado numa panela com água que deixei ferver 30 minutos. No final, tirei o excesso de água e reduzi a puré, adicionando 2 colheres de sopa de creme de aveia para cozinha.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Biscoitos de aveia

Nesta altura do ano, mais precisamente entre o Natal e o Ano Novo, sonho sempre em tirar uns dias para descansar. Não necessariamente para viajar, mas apenas para estar em casa. Poder sentar-me num sofá e ler um livro. Ir à cozinha e preparar um bolo ou uns biscoitos. Mas tudo isto feito sem sentimentos de culpa, que resultam de pensar que deveria estar a realizar outras tarefas. A realidade acaba por se impor a este desejo. Há sempre trabalhos a terminar. Por isso, é preciso conciliar e fazer cedências. Ganhar entusiasmo para encarar os desafios que o ano novo trará, assim como coragem e resistência física para as dificuldades.

Estes biscoitos fazem parte de um momento intimista, em que frente ao computador, procuro conciliar tarefas e encontrar alguma paz em pequenos prazeres. Como parto do princípio que aquilo que faz bem ao exterior do nosso corpo, estou a pensar na aveia, também fará às nossas mucosas internas, optei por preparar uns biscoitos de aveia. Receita inventada no momento, em função dos ingredientes que existiam na despensa e que incluiu:

- 1 1/2 chávenas de chá de farinha de aveia integral
- 3/4 de chávena de chá de farelo de aveia
- 1 colher de sopa de sementes de erva doce
- 1 colher de sopa de canela
- 1 chávena de chá de leite magro
- 2 colheres de sopa de geleia de agave
- 1 ovo
- 1 colher de chá de fermento

Tudo bem misturado e colocado às colheradas num tabuleiro forrado com papel vegetal. Por cima coloquei-lhes ainda meia amêndoa. Foram ao forno cerca de 10 a 15 minutos, o tempo suficiente para a base começar a alourar. Embora não sejam biscoitos para gulosos, conseguem ser muito agradáveis, devido à suavidade que a aveia introduz nesta mistura.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Caracol de canela gigante

Este bolo foi um pequeno mimo que fiz a mim própria num dos dias prévios ao Natal. Adoro o sabor das massas fermentadas e da canela, por isso lembrei-me de fazer um bolo enrolado, tipo caracol. Claro que com a tendência que possuo para andar sempre a alterar receitas, fiz também umas modificações que se traduziram num bolo mais pequeno e menos levedado. Neste caso o tom escuro não se deve a excesso de forno, mas à própria canela que se misturou com a gema de ovo com a qual o bolo foi pincelado. A receita original faz parte de El Gran Libro de la Repostería. Deveria ter levado frutos secos e cristalizados, mas como não aprecio muito estes últimos optei apenas pela canela com açúcar. Também resolvi fazer metade da receita, por uma questão de segurança. Já sabia que ele iria desaparecer de forma muito rápida e incontrolável. Os ingredientes foram os seguintes:

- 500 g de farinha (usei farinha de trigo integral, mais difícil de levedar)
- 40 g de fermento de padeiro
- 60 g de açúcar
- 1/4 de litro de leite morno
- 100 g de margarina
- canela
- açúcar amarelo (rapadura)

Comecei por misturar o fermento com o leite morno, o açúcar e a farinha. Deixei repousar 15 minutos depois de obter uma massa homogénea, não muito "pesada". Depois derreti a margarina e acrescentei ao produto anterior, voltando a amassar e deixando fermentar outros 15 minutos. A seguir, estendi a massa até obter uma espessura de 3 mm, procurando dar-lhe a forma de um rectângulo. Salpiquei-a, abundantemente com açúcar e canela, calcando depois um pouco para estes ingredientes aderirem à massa. Cortei a massa em tiras de 5 cm de largura que enrolei de modo a formar o caracol. Coloquei-o numa forma de tarte untada e deixei levedar mais 15 minutos. Antes de ir para o forno pincelei com gema de ovo batida. O tempo de cozedura foi de 30 minutos a uma temperatura de 200ºC.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vegetais com grão torrado

Quando esta fotografia foi tirada ainda os vegetais fumegavam. Foram um excelente acompanhamento para o rolo de carne, apresentado numa entrada anterior. O elemento inovador nesta receita é o grão assado, comprado na loja de produtos indianos perto do Saldanha.

Comecei por colocar num tacho grande um pouco de azeite e cerca de 3 a 4 alhos grandes laminados. Depois juntei couves pakchoi, cortadas em quatro no sentido longitudinal e um ramo de couve japonesa grosseiramente partida. Deixei que os vegetais murchassem um pouco antes de juntar 1/2 colher de chá de curcuma, um pouco de pimenta preta, molho de soja japonês e duas mãos cheias de grão assado (sem sal). Deixei ao lume mais uns cinco minutos apenas para os vegetais incorporarem o sabor e para os grãos ficarem mais moles.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Guardar memórias

A nossa vida pode ser considerada, entre vários outros pontos de vista, como um somatório de noites de Natal. Ao retrocedermos, nesta visão, verificamos que ao longo dos anos foram mudando os símbolos e os respectivos significados que atribuímos a objectos e rituais. Não foram melhores, nem piores as anteriores noites de Natal! Simplesmente foram distintas. Temos tendência a sobrepor na nossa mente essas diferentes imagens, de forma a construir um "tipo" que nos serve de referencial para todas as noites de Natal. A cada ano que passa actualizamos esse modelo mental, enriquecendo-o com novas facetas. Considero que é esse o processo normal.

Mas quando as memórias se começam a perder, em labirintos difíceis de desvendar, ficam-nos os fiapos de conversas que nos fazem regressar a um passado, que julgamos mais seguro, ou que, por vezes, nos fazem dar uma gargalhada perante um futuro imprevísivel. Assim, recordarei deste Natal pequenas frases, recolhidas nos momentos que acompanharam o arranjo da mesa. Com voz viva ouviu-se alguém referir: "menina, os copos devem ser limpos até ao fundo", mais tarde chegou novo comentário - "os talheres deveriam estar virados para baixo". Foi retorquido, "já não se usa". Era um hábito que apenas se justificava quando os donos da casa pretendiam mostrar o brasão da família, impresso no cabo dos talheres. A escolha do serviço deixou de suscitar a habitual discussão. Resolvi escolher o que contrastava mais com a toalha, mas o tema das cores teria sido particularmente valorizado há uns anos atrás. As tacinhas com os frutos secos foram esquecidas, mas em contra partida estes castiçais de cristal tiveram honras de mesa de Natal. Perguntou-se - "onde foram comprados?", e, a conversa foi desviada para outra época, ficando perdida em novo emaranhado de ideias.

Quando fomos para a mesa alguém dizia "não gosto de bacalhau, vão estragar-me a noite". Foi preciso recordar que toda a vida se tinha comido bacalhau na noite de Natal e apenas a mim era dada a possibilidade de lhe escapar, devido a uma alergia estratégica que arranjei a este peixe, quando era criança. Claro que o bacalhau no forno foi comido e apreciado, depois de os estômagos mais esfomeados terem sido aplacados com uma canja onde boiavam pedacinhos de frango cozido. No que se refere aos doces, pela primeira vez eles não foram feitos em casa, mas isso não lhes retira a qualidade, porque comi uma das melhores sericaias que alguma vez provei na minha vida. As grandes ausentes foram as empanadilhas de batata doce. Curiosamente estas não foram esquecidas. Várias vezes ao dia foram relembradas, facto que me deixou tão feliz como se tivesse perante mim uma enorme taça de vidro cheia destes fritos. Tentarei colmatar esta falha na noite de Ano Novo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Este ano a minha mesa vestiu-se com motivos alsacianos. Tudo começou com a escolha da toalha, comprada num dos pitorescos mercados de Natal que nesta altura do ano se encontram por toda a Alsácia. Depois seguiram-se outros adereços. E só foltou mesmo colocar uma cegonha, mas não me atrevi a tanto.

Votos de um Feliz Natal

Bolo de chocolate e amêndoa

Ao olhar para estas fotografias apetece-me dizer que caiu neve na minha cozinha. Mas não vos posso mentir! Aliás, como a Babette já referiu, com uma cozinha tão tropical como a minha seria difícil imaginar que poderia nevar. É apenas coco e açúcar!

O bolo faz parte da minha série dietética, na sua versão fundamentalista. Não ficou o mais fofo dos bolos, devido ao tipo de farinha utilizada, mas posso garantir que estava gostoso. Para a massa utilizei:

- 1 chávena de chá cheia de miolo de amêndoa ralado
- 1 e 1/2 chávenas de farinha de trigo torrada (integral)
- 1 chávena de açúcar integral (rapadura)
- 1 iogurte magro
- 1 e 1/2 (embalagem de iogurte) de leite magro
- 1/2 chávena de cacau magro
- 1 colher de chá de essência de amêndoa
- 2 ovos
- 1 colher de chá cheia de fermento (sem fosfatos)

Foi ao forno durante cerca de 45 minutos. Para ficar mais leve deveria ter batido as claras e substituído parte da farinha integral por farinha T55.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Rolo de carne com marmelos assados

A capacidade de reinterpretação de um rolo de carne nunca se esgota. Desde as versões mais minimalistas às mais elaboradas. Misturar sem receio é por vezes o segredo para uma boa surpresa. A inspiração para os marmelos assados, utilizados como acompanhamento, veio do blogue da Carla - De cozinha em cozinha passando pela minha. Tenho de lhe dar razão porque desta maneira o seu sabor não tem nada a ver com o da marmelada, doce que não aprecio.

Para a elaboração deste rolo utilizei:

- 1 kg de lombo de porco, passado uma vez pela máquina de moer
- 1 ovo
- 1/2 pão pequeno embebido em leite
- 3 alhos picados
- nozes picadas
- corintos
- queijo parmesão ralado
- folhas pequenas de tomilho
- sal, azeite e vinagre balsâmico q.b.

Tudo bem ligado e enrolado com a ajuda de pão ralado. Por cima deitei um fio de azeite e à volta gomos de marmelo que assaram juntamente com o rolo. Ainda coloquei um pouco de vinagre balsâmico por cima dos marmelos. Acompanhei, para além da salada de cenouras roxas da entrada anterior, com bulgur aromatizado com cominhos e curcuma.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Conserva de cenoura roxa

Toda a vida comi, em casa dos meus pais, conserva de cenouras, preparada à moda do Algarve. Porém, sempre ouvi a minha mãe referir que a receita tradicional era feita com cenouras roxas. Coisa rara de encontrar nos nossos dias! Assim, logo que vislumbrei no supermercado biológico (BRIO) umas cenouras deste tipo, com um tamanho adequado para a realização desta conserva, pensei logo que não poderia hesitar na compra. Quando comparo o respectivo sabor com o das cenouras ditas normais, apenas acho que estas são menos doces e talvez um pouco mais rijas. Talvez por isso fossem as preferidas para este tipo de salada.

Quanto à preparação o processo é muito simples. Começa-se por tirar a pele e cortar às rodelas. Cozem-se em água temperada com sal, mas não se deixam ficar muito moles. Depois de escorrida a água, ainda no tacho, temperam-se com cominhos em pó, azeite e vinagre. Tapa-se e sacode-se o tacho para espalhar o tempero de forma regular. Deixam-se arrefecer dentro do tacho para ganharem mais sabor.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Bacalhau no forno com mini couves lombardas

Como não aprecio muito o tradicional prato natalício de bacalhau cozido, procuro sempre encontrar outras formas de apresentar os mesmos ingredientes. Foi assim que surgiu esta combinação. Uma receita muito simples, mas divinal se os ingredientes forem de boa qualidade.

Comecei por cozer batatas descascadas e cortadas às rodelas grossas (1 cm). Se tivesse mais paciência o ideal seria cozer com casca e depois cortar. Deste modo evitaria que absorvessem muita água. Depois coloquei as batatas num tabuleiro de ir ao forno, forrando toda a parte inferior. À parte, cozi duas postas de bacalhau de cura amarela, que foram posteriormente separadas em lascas e retiradas a pele e as espinhas. Por outro lado, preparei um refogado com 2 cebolas brancas, 2 cebolas roxas, 1 folha de louro, 2 alhos franceses pequenos e 2 dentes de alho. Tudo fatiado e refogado em azeite. Misturei a este refogado o bacalhau e deixei ganhar sabor uns minutos antes de deitar sobre as batatas.

Na loja da Herdade do Freixo do Meio tinha comprado três couves lombardas pequenas a que retirei as folhas exteriores e cozi juntamente com os centros, durante cerca de 15 minutos em água com sal. Não as cozi inteiras porque desse modo seria mais difícil retirar toda a terra que existia entre as folhas. Depois coloquei as couves em cima do bacalhau, partindo os centros ao meio e dispondo-os de forma regular, para obter o efeito de rosáceas. Reguei tudo com azeite em que tinha fritado 6 dentes de alho fatiados. Foi ao forno cerca de 15 minutos, tendo a determinada altura colocado um papel de alumínio para as couves e o alho não ficarem muito torrados.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Biscoitos de muesli

Ando sempre decidida a terminar com alguma coisa que exista na dispensa. Desta vez, pensei que era necessário acabar com um resto de muesli. Foi assim que surgiram estes inocentes biscoitos, em que utilizei:

- 3 chávenas de chá de muesli
- 2 chávenas de chá de farinha espelta
- 1 colher de sopa de sementes de erva-doce
- 1 colher de sopa de canela
- 1 chávena de chá de leite
- 1 colher de chá de fermento
- 2 ovos
- 4 colheres de sopa de açúcar (rapadura)

Depois de tudo misturado foi só deitar colheradas (sobremesa) de massa num tabuleiro forrado com papel vegetal. Foram ao forno 10 minutos a 200º C.


domingo, 19 de dezembro de 2010

Gelatinas de quark com frutos vermelhos

Nunca me falta imaginação para mais uma receita de gelatina. Desta vez, não se pode dizer que a consistência final lembrasse muito a gelatina tradicional. Poderia ter optado por designar esta sobremesa por mousse de frutos vermelhos. Para esta textura contribuiu a utilização de quark com 20% de gordura.

Os ingredientes que utilizei foram os seguintes:

- 500 g de quark (20% de gordura)
- 1/2 caixa de frutos vermelhos congelados
- 3 colheres de sopa de coco ralado
- 4 colheres de sopa de geleia de agave
- 200 ml de água
- 1 colher de sobremesa de agar-agar
- flocos de coco

Comecei por misturar o quark com os frutos silvestre já descongelados. A seguir adicionei o coco e a geleia de agave. À parte, coloquei 1 colher de sobremesa cheia de agar-agar num pouco de água durante 10 minutos. Juntei a gelatina a 200 ml de água a ferver e durante 2 minutos mexi sempre até a gelatina se dissolver. Adicionei o liquido ao creme e homogeneizei. Coloquei em taças, dispondo por cima uns flocos de coco desidratados.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Herdade do Freixo do Meio - agricultura biológica



Por razões profissionais tive oportunidade de visitar de visitar a Herdade do Freixo do Meio, perto de Montemor, fornecedora de uma série de grandes empresas onde podemos adquirir produtos biológicos de confiança (certificados). Explicaram-nos o modo como controlavam as pragas, os processos de produção de perú preto, a utilização dos vários produtos obtidos do montado, etc. Existe a preocupação por aproveitar tudo o que é obtido da terra. Fazem mesmo sabão com os restos do azeite e desidratam os legumes que não são vendidos frescos. Também tive a agradável surpresa de encontrar farinha e "café" de bolota, assim como uns biscoitos feitos com bolota.

No regresso, já em Lisboa, passámos pela loja que têm no Mercado da Ribeira onde comprei uns legumes que estou a utilizar num prato de bacalhau, o qual fará parte de uma próxima entrada neste blogue. Na primavera conto fazer nova visita a esta herdade.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Creme de topinambos e courgettes

Esta semana voltei a comprar topinambos ("alcachofras de Jerusalém", "girassol-batateiro"). Desta vez, uns lindos tubérculos, bastante frescos e carnudos. Gosto de experimentar este tipo de vegetais, etiquetados por "esquecidos" nas revistas francesas de gastronomia, porque fornecem, regra geral, boas surpresas em termos gustativos. A primeira vez que os adquiri, numa quantidade pequena, misturei-os com outros legumes e não cheguei verdadeiramente a sentir-lhes o sabor. Por isso, ontem segui um caminho diferente na preparação deste creme.

Comecei por descascar 3 courgettes pequenas que cortei em cubos. Arranjei também os topinambos, descascando-os e cortando-os aos pedaços. A quantidade de topinambos e courgettes foi sensivelmente igual. Coloquei os legumes numa panela com água a que adicionei um caldo de legumes bio, 3 alhos fatiados e folhas frescas de tomilho (1 colher de sobremesa). Deixei ferver 30 minutos. Depois, segui o truque habitual, retirei parte do liquido e triturei com a varinha mágica. Voltei depois a adicionar o caldo que julguei conveniente para obter a consistência certa. Por último, juntei 1 colher de sopa de creme de aveia para cozinha.

O creme ficou excelente de sabor e de textura. Na próxima vez que for ao supermercado biológico tentarei voltar a comprar os referidos topinambos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Biscoitos e chás - Boa Boca em Évora

Passar um fim-de-semana em Évora é sempre uma oportunidade para rever alguns monumentos, passear pelas ruelas que ladeiam a Praça do Geraldo, voltar a ter o prazer de comer uma queijada no Café Arcada, visitar o mercado, e, entre muitas outras coisas, descobrir algumas lojas de especialidades gastronómicas, como a Boa Boca. O nome adequa-se bem à cidade. É difícil comer mal nesta região. Aliás, a oferta a nível da restauração é cada vez maior. O Fialho continua a ser para mim uma aposta segura, mas há muitos outros a descobrir ou a revisitar.

Quanto aos produtos da empresa Boa Boca já os tinha adquirido em Lisboa, mas sem me aperceber que tinham a sua origem em Évora. É uma loja simpática, onde os donos ainda se preocupam em conhecer a opinião dos clientes sobre o espaço e a oferta de produtos. Optei por comprar uns biscoitos de azeite e umas ervas para tisana. É interessante começar a encontrar produtos portuguesas comercializados em embalagens apelativas e com um design moderno.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O primeiro jantar


O primeiro jantar na minha cozinha, depois da reforma, foi improvisado em função dos produtos que encontrei no supermercado biológico, já ao final da tarde. Não tive muito tempo para pensar em receitas originais, por isso optei por caminhos seguros. Comecei por um creme de cogumelos e courgette a que se seguiram umas pernas de frango no forno, temperadas com a mistura de especiarias marroquinas que comprei no El Corte Inglés. Desta vez, juntei ao frango pedaços de abóbora hokaido (potimarron) e azeitonas. Reguei com um fio de azeite e levei ao forno cerca de 50 minutos. Acompanhei com bulgur cozido em água aromatizada com cominhos, em semente, e com curcuma em pó. Infelizmente não consegui preparar uma sobremesa, mas tinha uns biscoitos de reserva, a que farei referência na próxima entrada, que serviram para acompanhar a habitual chávena de chá.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Novo espaço de trabalho





A minha cozinha ainda está em processo de renovação, mas para as mais ansiosas por novidades aqui ficam alguns pormenores e recantos deste meu novo espaço de trabalho, onde procuro misturar o moderno com o étnico.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sopa de massa soba e couve japonesa

É uma Fa um pouco cansada e ensonada que está neste momento a finalizar esta entrada no blogue. Ontem foi finalmente o dia D para a minha cozinha, mas durante toda a semana houve um reboliço constante. Foi necessário retirar tudo dos armários, fazer limpezas mais agressivas de alguns elementos, seleccionar, enfim um sem número de coisas! Mas o que importa é que estou muito orgulhosa do resultado final. Ainda estou à espera da pedra que talvez seja colocada este sábado, e, de outros pormenores que é necessário completar. Porém, a cor de manga já invadiu a minha cozinha, e, todos, inclusivamente a empresa que a montou, se renderam ao projecto um pouco audacioso (ou louco) de ter uma cozinha com esta combinação de cores.

Claro que como devem estar a imaginar as entradas que fiz esta semana no blgue foram todas pratos ou doces preparados na semana anterior. Neste momento, não posso cozinhar, mas estou ansiosa para estrear o meu novo canto de trabalho - uma pequena península muito acolhedora.

Para encerrar a semana deixo aqui ficar uma sopa de influência japonesa que preparei um destes dias, com umas verduras - couve japonesa, compradas pela primeira vez num supermercado biológico que abriu perto da minha casa. Gostei imenso da dita couve japonesa, que na verdade de couve tem muito pouco.

Os ingredientes que utilizei foram os seguintes:

1 caldo de verduras bio
3 alhos tenros
1 molhe de couve japonesa
massa soba
2 colheres de molho de soja japonês

Como fotografar sopas não é tarefa fácil resolvi fazer um pequeno desenho.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Biscoitos de chocolate com flocos de coco

Outro dia comprei um pacote de flocos de coco desidratados, que resolvi experimentar numa receita muito simples de biscoitos de chocolate. Penso que teria ficado melhor se em lugar de chocolate em pó tivesse usado cacau, mas por engano devo ter trocado os sacos no supermercado. Os ingredientes que utilizei foram os seguintes:

1/2 chávena de farelo de trigo
1 chávena de chá cheia de farinha integral de arroz (crua)
1/ 2 chávena de chá de chocolate em pó
1 ovo
1/2 chávena de chá de leite magro
1/3 de chávena de chá de geleia de agave
1 colher de chá de fermento rasa (sem fosfatos)
Flocos de coco desidratados

Depois de preparada a massa, deixando-a com a consistência adequada para este tipo de bolos, deitei colheradas de massa num tabuleiro forrado com papel vegetal. No centro de cada um destes montes enterrei uns quantos flocos de coco. Foi ao forno 10 minutos a 200ºC, sendo que nos primeiros 5 minutos acendi as duas resistências, superior e inferior, enquanto nos últimos 5 minutos apenas liguei a resistência inferior, para evitar que o coco queimasse.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Mais um bolo de amêndoa


O facto da minha mãe ser algarvia sempre me levou a privilegiar os bolos de amêndoa. São sempre estes os escolhidos para as comemorações mais significativas. Mas arranjar amêndoa de boa qualidade não é uma tarefa fácil, por isso é importante ter à mão um frasquinho de essência de amêndoa, que ajude a realçar o respectivo sabor. Creio que um pouco de licor de amêndoa amarga também resulta de igual modo.


Este bolo foi uma invenção, como a maior parte dos que agora faço. Há nesta atitude uma mistura de rebeldia, com preguiça e com curiosidade. Gosto de ficar na expectativa para ver o que acontece ... Por outro lado, para além de reduzir o açúcar também ando com tendência para fazer cortes na gordura. Neste caso, os ovos e a amêndoa já têm uma quantidade deste nutriente que julguei suficiente. O resultado final foi um bolo bastante leve e com sabor agradável. Ideal para o pequeno almoço ou para o lanche. Como ingredientes utilizei:

1 chávena de chá de amêndoa ralada
1 chávena de chá de farinha de arroz integral (crua)
2/3 de chávena de chá de farinha de trigo sarraceno
1 chávena de chá de leite magro
2/3 de chávena de chá de açúcar
1/2 chávena de chá de água bicarbonatada (Pedras Salgadas)
3 ovos
1 colher de chá de canela
1 colher de chá de essência de amêndoa

Como a forma era grande para a quantidade de massa, o tempo de cozedura também foi reduzido -apenas 20 minutos.