domingo, 6 de junho de 2010

Suspiros


Suspiros inflamados, que cantais
A tristeza com que eu vivi tão ledo;
Eu morro e não vos levo, porque hei medo
Que ao passar do Lete vos percais.

Sonetos de Luís de Camões

Vejo os portugueses como um povo que adora suspirar, tanto de tristeza como de felicidade. Nada é muito intenso e tudo se resolve com uma inspiração profunda, seguida de uma expiração igualmente profunda. Afinal as técnicas do canal Myzen já há muito são utilizadas pelos portugueses. As nossas angústias vão desaparecendo ao ritmo de suspiros. Por isso, nada melhor que comer, no sentido literal do termo, uns "suspiros" para deste modo acelerarmos o processo e fazer desaparecer o stress (pelo menos até olharmos de novo para o marcador da balança).

Pessoalmente adoro suspiros, pequenos, grandes, recheados, arrepiados, pavlovas, etc., mas por razões de sensatez raramente os faço ou como. Mas ontem lembrei-me de fazer uma surpresa ao meu pai e aproveitando umas claras que tinha no congelador resolvi dedicar algum tempo à sua preparação. Recordo da minha mãe usar 1 colher sopa de icing-sugar para cada clara de ovo. Porém resolvi seguir as proporções indicadas pelo LIVRO DAS TÉCNICAS CULINÁRIAS (LE CORDON BLEU), que afinal acabam por ir dar quase ao mesmo. Neste livro aconselham 115 g de açúcar para cada 2 claras.

É importante que os utensílios estejam bem limpos e desengordurados e que as claras estejam à temperatura ambiente. Deve começar-se por bater as referidas claras, no meu caso foram 7, até formarem picos firmes. Depois juntar colher a colher o açúcar, batendo entre cada adição. De acordo com o livro de referência este merengue deve ser assado a 100º C durante 1 hora. Como sou um pouco apressada assei a 150ºC durante 40 minutos. Embora tenham ficado bastante bons, penso que ainda ficariam melhores com uma temperatura mais baixa. Também ponderei se iria utilizar a receita da Pavlova que é um pouco diferente (3 claras, 175 g de açúcar, 1 colher de chá de vinagre de framboesa e 1 colher de chá de mayzena), mas acabei por me decidir pelo merengue francês.

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