segunda-feira, 31 de maio de 2010

Travesseiros com recheio de pato e alho francês


Embora as férias se aproximem e com elas se entre num período de festejos e folguedos vários, a verdade é que todos nós em maior ou menor grau sofremos as consequências de uma crise económica, que há muito deixou de ser figura de retórica para passar a afectar as nossas carteiras. No que toca à alimentação importa ter em conta preços e principalmente a boa gestão do que adquirimos. Por essa razão resolvi criar uma nova etiqueta a utilizar sempre que se tratar do aproveitamento de algum tipo de sobras. Recordo-me que há muitos anos atrás, diria mesmo décadas, existiam livros e revistas de culinária dedicadas apenas a este tipo de receitas. Mas esse espírito desapareceu e hoje encontramos quase só revistas que a diversos níveis fazem apelo ao luxo. Com isto não quero ser mal interpretada e pensarem que de repente estou a passar por uma fase radical. De todo! Isto é apenas uma reflexão.

Outro dia li uma entrada num blogue americano que me fez meditar sobre este assunto. O autor manifestava o seu espanto e crítica perante aquilo que ele observava nalguns sites e questionava-se se os seus responsáveis comeriam realmente tudo o que apresentavam. Não sei qual é a experiência das minhas colegas nesta matéria, mas eu tenho sempre uma lista de receitas e respectivas fotografias à espera de serem colocadas no blogue. Nunca em momento nenhum senti que o blogue me fazia desperdiçar comida. Pelo contrário, permiti-me ter uma melhor qualidade na alimentação e também uma melhor gestão dos alimentos e das refeições. Aliás, introduzi algumas "correcções" no meu comportamento como blogger, porque me apercebi que se me deixasse levar pela gulodice desenfreada e pelo excesso, o meu blogue teria de ser novamente encerrado para eu fazer dieta. Foi uma lição que aprendi e não quero repetir o erro.

Mas voltando aos aproveitamentos, porque hoje estou a ficar muito séria e também não é caso para isso, estes travesseiros que faço com diversos recheios são excelentes para aproveitar restos. Já os tinha colocado no outro blogue (A minha cozinha), mas volto agora a relembrar a sua receita:

Massa
250 g de farinha
125 g de margarina
1 ovo
sal e água suficiente para amassar

Recheio
4 alhos franceses finamente picados
1 colher de sopa de margarina
restos de pato assado
1 cm de gengibre ralado
3 colheres de sopa de sementes de sésamo
1 colher de chá de mayzena (para ligar o recheio)
sal q.b.

Fiz uma espécie de refogado com o alho francês e a margarina a que juntei depois os outros ingredientes, deixando para o fim a mayzena. Deixei arrefecer e depois montei os travesseiros, utilizando a massa anterior, que entretanto tinha ficado no frigorífico cerca de 30 minutos. Antes de irem ao forno pincelei-os com gema de ovo.

"Viva a sardinha" - Pão de sardinhas (3)

Basta andar por Lisboa para as encontrar penduradas em candeeiros, balançando-se ao sabor do vento, ou coladas em cartazes. As sardinhas (em papel e ao vivo) começam a invadir a cidade nesta altura do ano. Desta vez podemos escolher entre vários modelos, os quais têm em comum o domínio do vermelho e do verde.

Levada por esta maré resolvi libertar umas quantas sardinhas, presas em duas latas, e voltar a dar-lhes vida numa nova versão de pão de sardinhas.


Procurei seguir o mote com que termina o manifesto que anuncia as festividades da cidade de Lisboa - 2010.

Às Festas ... Às Festas! Pelo vermelho do excesso e pelo verde da vida" ...

Às sardinhas preparei-lhes um leito vermelho, para que pudessem repousar em rubras cores. Exagerei na polpa de tomate, como recomendam as palavras de ordem . Para compensar e dar-lhes o verde da vida, coloquei um ramo de alecrim em cima. Também poderia ter optado por manjericão, só não o fiz pela delicadeza das suas folhas que teriam ficado certamente muito ressequidas no forno.


Mas não lhe faltou a companhia de um vaso de manjerico depois de terminado.

Para quem quiser experimentar esta nova receita de pão de sardinha, aqui fica:

. 2 chávenas almoçadeiras de farinha com fermento
. 1 pacote de polpa de tomate (210 g)
. 1/3 de chávena (almoçadeira) de azeite
. 3 ovos
. 6 talos de alho fresco cortados às rodelas finas
. hastes de alecrim
. 2 latas de sardinhas sem pele nem espinhas e conservadas em azeite


Comecei por preparar a massa. Depois deitei metade numa forma de bolo inglês e coloquei por cima uma camada de sardinhas, tendo o cuidado de escorrer bem o azeite. Adicionei o resto da massa, terminando por enterrar as hastes de alecrim no centro do pão. Foi ao forno cerca de 45 a 50 minutos, o tempo necessário para ao espetar um palito na zona central este sair seco.

domingo, 30 de maio de 2010

Queques "descabelados"

Esgotavam-se as últimas horas de uma tarde de sábado, atípica em alguns aspectos. A anunciada avaria da televisão tinha-se finalmente concretizado. Já há dias que o aparelho resistia a ser ligado, mantendo-se durante minutos, que aumentaram progressivamente, num ritmo enervante de "clique, clique, ..." até finalmente aparecerem umas riscas no ecrã e por fim a imagem. Mas hoje isso não aconteceu! Estamos por isso a redescobrir o silêncio propício à leitura e à escrita.

Tenho diante de mim um bule com chá e um tabuleiro de queques. Olho para eles, sorrio, e penso que os vou baptizar de "queques descabelados", porque os pedacinhos de chocolate em pé lembram-me a cabeleira de alguém completamente desesperado. Enquanto como um desses queques e bebo uma chávena de chá Butterfly Taiwan, um Wu Long de sabor suave e com baixo teor em teína, leio a entrevista que o Drº. David Servan-Schreider deu ao jornal Público (29 de Maio de 2010). Sou sua admiradora e sigo-lhe os conselhos. Por isso, fico entusiasmada quando no final da entrevista refere que está a "trabalhar num livro de receitas de cozinha, com indicações muito precisas em termos de alimentação. É que convém que o resultado seja saboroso". A afirmação é ainda mais surpreendente na medida em que é colocada em paralelo com um projecto de investigação na Universidade do Texas.

A propósito de livros de cozinha, hoje passei pelo site da "minha editora" online e tive a agradável surpresa de verificar que ao fim de 6 meses consegui vender um e-book. Só espero que não tenha sido sido a nenhum familiar, nem amigo, tal facto deixaria o meu ego de rastos, muito mais do que ter vendido apenas um livro. Nunca percebi muito bem o funcionamento da dita empresa e já por diversas vezes tenho estado tentada a retirá-lo do espaço virtual. Dou mais uma dentada num "queque descabelado" e bebo outro gole de chá. Fico mais calma e reconsidero, decido que vou manter o livro. Afinal o iPAD está a chegar a Portugal e quem sabe se depois não se transforma num sucesso.

Mas voltando ao Drº. Servan-Scheiber fico a pensar que ele aprovaria esta receita de queques. Primeiro porque usei farinhas de origem biológica (arroz e alfarroba), para além disso também os enriqueci com ómega 3 através da adição de sementes de linhaça moídas e de nozes. Claro que em lugar do chocolate branco, teria sido mais saudável colocar chocolate preto na cobertura, mas teria perdido o efeito "descabelado" com que ficaram. E afinal sorrir também é um bom remédio.

Para quem quiser experimentar estes saudáveis queques, aqui fica a receita:

2 chávenas de chá de farinha de arroz
1/2 chávena de chá de farinha de alfarroba
1 colher de sopa de canela
1 colher de sopa (bem cheia) de sementes de linhaça moídas
4 colheres de sopa de açúcar mascavado
1 colher de sopa (rasa) de fermento
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1/2 colher de chá de extracto de baunilha
1 mais 1/2 chávena de chá de leite magro
2 ovos
1/2 chávena de nozes grosseiramente partidas

Misturar tudo e colocar em formas de queques. Tem um tempo de cozedura entre os 15 e os 20 minutos. Quanto à cobertura, esta foi feita com os queques já frios, e para o efeito utilizei umas "gotas" de chocolate branco com sabor a laranja que comprei, em Madrid, numa casa especializada em chocolates. Estas "gotas" derretem-se muito facilmente no microondas e podem ser depois utilizadas como cobertura. Por brincadeira resolvi dar este efeito "descabelado".

Couves pak-choi no forno com cherovias


Comer vegetais em grande quantidade é um conselho que levo bastante a sério, por isso estou sempre a procurar novas formas de os preparar. Neste caso comecei por cozer as cherovias em água apenas temperada com um pouco de sal. Quanto às couves pak-choi, depois de lavadas e dividas aos quartos no sentido longitudinal, passei-as no wok por azeite aromatizado com três alhos laminados. Deixei que murchassem um pouco, mas este tipo de verdura não necessita ser completamente cozida. Aliás dessa forma perderia toda a graça e provavelmente parte dos nutrientes. Num prato de ir ao forno coloquei em primeiro lugar a camada das cherovias já cozidas e a seguir as couves. À parte misturei um pacote de creme de cozinha de arroz, que é um substituto das natas, com um pouco de óleo de sésamo torrado e meio pacote de parmesão ralado (20 g). Deitei o creme em cima das couves e por último polvilhei de sementes de sésamo pretas. Foi ao forno apenas o tempo suficiente para alourar.

sábado, 29 de maio de 2010

Salada de bulgur com cogumelos


Esta salada foi preparada para servir de jantar num dos dias da semana que agora termina. É muito simples e saudável. Comecei por fazer um refogado com azeite, cebola roxas às rodelas finas e 2 alhos picados. Quando a cebola estava meio murcha juntei-lhe os cogumelos em fatias grossas e deixei-os cozer ligeiramente. Temperei esta mistura com sal. À parte, cozi bulgur seguindo as instruções do pacote. Depois deste último estar pronto juntei-lhe as cebolas com os cogumelos, algumas azeitonas pretas, assim como nozes picadas. Para terminar adicionei um pouco de queijo parmesão ralado.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Salmão com crosta de manjericão e azeitonas pretas


Este salmão no forno foi preparado num instante e posso dizer que estava óptimo. Considero que não é muito fácil disfarçar o sabor um pouco adocicado deste peixe, mas deste modo poderia comer salmão todos os dias. Só não o faço porque cá em casa há quem se preocupe muito com os metais pesados que podem estar presentes neste tipo de peixes, e, não goste de o comer com muita frequência.

A crosta foi feita com um molho de manjericão, metade de um pão, 3 alhos e cerca de 10 azeitonas pretas, tudo isto temperado com um pouco de sal e colocado na máquina trituradora. Depois foi só dispor uma crosta razoável deste preparado sobre cada um dos filetes de salmão, intervalar com espargos verdes, regar com azeite e levar ao forno os habituais 20 minutos.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Paixão por chá


Creio que neste blogue não tem ficado muito patente a minha paixão pelo chá, mas aqueles que me conhecem sabem como aprecio este tipo de infusões. Estou muito longe de ser uma especialista na matéria, até porque sou um pouco selectiva em termos de gosto, mas gosto de um bom chá, preparado de forma adequada, isto é com água pouco mineralizada, na temperatura certa e respeitando os tempos de infusão correctos.

Hoje fiquei bastante entusiasmada quando recebi a revista do Palais des Thés e descobri que François-Xavier Delmas tinha um blogue sobre chás. Existe também o blogue equivalente em inglês. Resolvi por isso adicioná-lo à lista e criar uma nova etiqueta para este tema.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Bochecha de novilho estufada com nabos

Quando esta semana comecei a folhear o livro do José Avillez, dedicado às carnes, da série que está a ser publicada pelo Expresso, chamou-me logo a atenção uma receita de de "Bochecha de novilho estufada com legumes". É que há poucos dias atrás tinha feito exactamente um estufado com bochechas de vitela. Acho este tipo de carne agradável por não ter muita gordura, mas para ficar com um gosto mais apurado necessita de cozer lentamente. A minha receita é no geral bastante distinta da outra, até por que tenho de confessar que foi preparada com base nos legumes que tinha no frigorífico e feita um pouco à pressa, excepto no tempo de cozedura.

Comecei por escolher um tacho de fundo espesso, que me permitisse uma cozedura lenta. O ideal teria sido mesmo utilizar o tacho de ferro. Depois coloquei dentro do referido tacho, para além da 6 bochechas, 3 cebolas roxas cortadas grosseiramente, 5 nabos aos cubos grandes, 4 cenouras também em troços grandes, 2 tomates médio sem pele e cortados aos bocados, 1 folha de louro, 2 cravinhos, 6 bagas de zimbro, 2 talos de alecrim, sal e vinho tinto. Confesso que me esqueci de colocar o azeite e depois acabei por não o fazer. Deixei cozinhar muito lentamente, durante cerca de 2 horas, adicionando regularmente vinho tinto, para não se queimar. Ao todo deverá ter levado 1 litro de vinho. Para o meu paladar estava bastante agradável e posso dizer que não senti muito a falta do azeite. Os nabos ficaram com um excelente sabor.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Coelho no forno com limão


A semana que passou foi marcada por uma série de problemas na cozinha, que incluiu tubos rotos e electrodomésticos que chegaram ao fim do seu tempo de vida. Assim, foi necessário improvisar refeições que não dessem muito trabalho. Aliás, como ao sábado de manhã gosto sempre de dar uma espreitadela para o "Dînner presque parfait" que dá no M6, necessito de ter as coisas organizadas para conseguir ir às compras antes do programa e ter já o almoço meio preparado para poder desfrutar dele com uma boa caneca de chá verde na mão. Depois é uma correria, em cada intervalo, para fazer mais alguma coisa na cozinha.

Foi assim que na última sexta-feira coloquei este coelho de infusão, já no tabuleiro de ir ao forno para depois não perder tempo. Desta infusão fizeram parte: 2,5 dl de vinho branco, algumas hastes de alecrim, sumo de 1/2 limão mais a outra metade cortada às rodelas, 4 alhos fatiados, 4 talos de alho fresco também cortados em troços pequenos, 2 folhas de louro, sal e azeite. No sábado foi só colocar o tabuleiro no forno durante cerca de 30 minutos e o almoço estava pronto a horas decentes.

Para acompanhar cozi cherovias e topinambos em leite magro, aromatizado com uma pitada de caril e temperado com sal. Depois de cozidos os legumes coloquei numa assadeira e por cima deitei montinhos de ricota e de cebolinho picado. Infelizmente a fotografia não saiu bem, porque ainda ando a fazer experiências com a nova máquina, mas para compensar deixo aqui algumas fotografias das cherovias e dos topinambos antes de cozidos, acompanhados de uma linda potimarrom cujo destino culinário ainda está em estudo.

Sardinhas no forno

Como portugueses estamos de tal modo habituados ao sabor e ao cheiro das sardinhas assadas, que temos muito dificuldade em aceitar que possam existir outras técnicas de preparação para estes pequenos peixes. Por outro lado, a maior parte de nós, que vive em apartamentos, evita fazer as ditas sardinhas assadas pelas consequências que todas bem conhecemos. Por tudo isto, quando resolvo fazer um receita deste tipo (sardinhas no forno) nunca aviso com antecedência, procurando fugir deste modo aos habituais comentários desmotivadores ou a sugestão sempre prontas de ir a um restaurante comer sardinhas assadas. Simplesmente, apresento-as na mesa como um facto consumado!

Neste caso utilizei como grelha, na parte inferior da assadeira, uma camada de funcho às fatias. Depois coloquei as sardinhas que já antes tinham estado com sal durante duas horas. Retirei o excesso de sal e coloquei lado a lado no tabuleiro, com umas viradas para um lado e outras para o outro de modo a encaixarem-se melhor. A seguir, fatiei 6 alhos que coloquei por cima, assim como hastes de alecrim entre as sardinhas. Salpiquei tudo com farinha de milho fina e por último com rodelas também finas de chalotas. Temperei esta camada com flor-de-sal e regando-a com azeite antes de ir para o forno cerca de 20 minutos.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Gelatina de framboesa com iogurte grego


Há que começar a semana de forma sensata, mas envolvidas numa atmosfera de cores e de aromas condizentes com a estação primaveril. Aproveito também para recordar a velha máxima de que o Sol quando nasce é para todos, assim também é necessário pensar nos que por razões várias, que não são só estéticas, precisam de cuidar da sua alimentação. Nessas situações há pequenos mimos, perfeitamente inócuos em termos alimentares, que são capazes de suavizar os problemas diários. É um pouco pensando nas pessoas que se encontram nessas situações que às vezes idealizo este tipo de receitas. O rosa destas minhas gelatinas é por isso o rosa da esperança e um convite ao desfrutar de pequenos (ou grandes?) prazeres, numa atmosfera de ócio e de paz.

As framboesas com que preparei estas gelatinas foram comprados este sábado no mercado biológico perto da minha casa. Algumas ainda vinham com os pés espinhosos, que foi necessário retirar com cuidado. Estavam no ponto certo em termos de maturação! Na verdade, bastante diferentes das que costumo comprar no supermercado. Passeia-as por água e coloquei-as numa taça, reduzindo-as depois a puré com a ajuda de uma colher de pau, mas sem fazer qualquer esforço para obter um creme homogéneo. É sempre agradável encontrar bocadinhos de fruta inteira. A este puré de framboesas juntei dois iogurtes gregos com 0% de gordura, misturando de novo.

Num tacho pequeno coloquei duas colheres de chá de agar-agar e deixei de molho 10 minutos em 250 ml de água, seguindo as instruções da embalagem. Depois adicionei uma vagem de baunilha aberta com uma faca e raspado o seu interior. Penso que quando não se adiciona açúcar a baunilha é sempre uma boa forma de compensar a sua falta. Deixei ferver a gelatina durante 5 minutos e juntei posteriormente este liquido ao puré de framboesas. Misturei de forma suave e deitei em formas previamente molhadas com água fria. Depois de algumas horas de frigorífico foi só desenformar e começar a saborear esta pequena sobremesa.

domingo, 23 de maio de 2010

Bolo de chocolate e coco


Ultimamente não tenho colocado entradas no meu outro blogue - As receitas da minha mãe, mas não é por ter deixado de fazer uns bolinhos ao fim-de-semana cujo destino são os pantagruélicos lanches dos meus pais. Acontece porém que as entradas que faço nesse espaço precisam de um maior tempo de elaboração a vários níveis, ao contrário das que aqui faço, as quais são feitas ao correr da pena e da colher de pau.

Este bolo teve como único ponto de partida a ideia de que queria fazer algo com chocolate e coco. A preguiça, ou melhor, o cansaço para ser mais justa comigo própria, fez com que não fosse consultar qualquer livro e resolvesse começar a juntar ingredientes. Claro que à partida, porque já fiz muitos bolos, tenho uma ideia do que é normal introduzir na massa para ficarem com a consistência esperada. Embora às vezes, este princípio não me corra muito bem! Mas também há todo um lado emocionante de saber como vai resultar e de pensar em fazer algumas alterações em nova edição da receita.

Neste caso comecei por derreter 125 g de chocolate preto (Lindt) a que juntei depois 75 g de margarina Becel, quando o primeiro ainda estava quente. Bati até obter um creme homogéneo. À parte, bati 100 g de açúcar mascavado com 4 gemas, até ficar com um creme esbranquiçado a que juntei depois a mistura anterior de chocolate. Adicionei depois 2 iogurtes naturais magros, 100 g de coco, 100 g de farinha de arroz, 100 g de farinha de araruta, 1 colher de sopa rasa de fermento em pó e 1 colher de chá de extracto de baunilha. Depois de misturar tudo bem, adicionei as 4 claras em castelo, com movimentos suaves para que estas não abatessem. Foi ao forno durante cerca de 25 minutos a 200ºC.

Apenas por estar com pressa é que não cobri o bolo com chocolate negro derretido. Penso que teria ficado bastante bem, realçando ainda mais o sabor.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Centros de alface no forno

A inspiração desta receita veio de um programa da Nigella. Nunca me tinha ocorrido assar os centros das alfaces, mas gostei muito do resultado. Já não me recordo que temperos ela usava, porque na altura não tomei nota, mas a ideia presta-se a muitas variações.

Depois de passar as alfaces por água e de as colocar num tabuleiro de ir ao forno reguei-as com um fio de azeite. À parte, numa frigideira tostei 2 colheres de sopa cheias de sementes sésamo, 1 colher de chá de mostarda em grão e 1 colher de chá de sementes de coentros, trituradas antes no almofariz. O processo levou muito pouco tempo porque as sementes rapidamente começam a saltar e é necessário retira-las do lume, mesmo assim este procedimento ajuda a activar o sabor dos condimentos. Depois deitei a mistura sobre as alfaces e levei ao forno durante 20 minutos.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Bolo de alfarroba com ruibardo

Há alturas em que tudo se avaria. Ando num período desses, com crises e emergências quase constantes na minha cozinha. Tudo começou com a máquina da loiça, mas o vírus está a espalhar-se a outros electrodomésticos e mesmo às canalizações. Claro que com esta situação, como diz uma colega, "não há condições para trabalhar". Creio que se ganhasse o euromilhões seria o primeiro sonho a concretizar - uma cozinha nova, com uma boa gestão dos espaços e uns lindos armários. Deixaria para segundo plano outros desejos mais fúteis, que nem me atrevo a revelar.Este bolo de alfarroba e ruibardo foi realizado no início da epidemia que lastra na minha cozinha.

Comecei a misturar ingredientes até obter uma consistência que julguei adequada para um bolo. Mas primeiro cortei 4 a 5 talos de ruibardo e assei no forno com um pouco de água (3 cm de altura) e 2 colheres de sopa de açúcar amarelo. Este processo demorou 30 minutos. Depois coloquei a escorrer num passador umas horas.

Para a massa do bolo utilizei: 150 g de farinha, 100 g de farinha de alfarroba, 1 colher de sopa de fermento, 2 iogurtes magros, 1 dl de leite, 2 ovos, 1 colher de chá de canela, 1 colher de café de extracto de baunilha e 3 colheres de sopa de açúcar. A esta massa juntei o ruibardo aos bocados, mas apenas escorrido para ficar com bocados inteiros. Coloquei numa forma forrada e levei ao forno cerca de 20 a 30 minutos.

Devido ao ruibardo o bolo fica com uma consistência apudinada. Achei curioso porque mesmo os mais gulosos, que sempre protestam por eu colocar pouco açúcar nos doces, gostaram deste bolo. Provavelmente por ser uma mistura inesperada.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Arroz doce com chá Matcha


Se fosse possível comia sempre no final das refeições uma bela sobremesa, daquelas altamente calóricas, que incluísse todos os excessos possíveis: açúcar, gemas, chocolate, chantilly e por ai fora. Mas não posso! E como eu muitas outras pessoas que precisam de controlar o peso. Por isso, procura inventar receitas que embora com algumas calorias sejam relativamente inócuas para a saúde. Foi assim que surgiu este arroz doce com chá Matcha, que é um chá verde em pó, usado na cerimónia japonesa do chá.

Para a sua preparação comecei por colocar a ferver 1 chávena de arroz carolino (Companhia das Lezírias), com 3 chávenas de água, 1 casca de limão e 1/2 colher de sopa de manteiga. Quando já estava cozido deitei adicionei 2 colheres de sopa de açúcar amarelo e 1 gema que misturei previamente com um pouco arroz. Deixei ferver mais um pouco para cozer a gema. Por último, juntei 1 colher de chá de Matcha ainda ao lume, mas deixando ficar a seguir apenas 2 ou 3 minutos. Deitei em taças e polvilhei com canela. Claro que se tivésse levado mais açúcar, mais gemas e mesmo mais chá teria ficado muito melhor, mas mesmo assim achei bastante agradável.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Pato assado

Embora goste bastante de arroz de pato nunca me recordo de o ter feito em casa. Penso que já em tempos tinha comprado um pato, mas também não me lembro do destino que lhe dei. Por isso, esta compra saiu um pouco do que são as minhas opções normais, quando vou ao talho ou ao supermercado. Pensei apenas em mudar um pouco de sabor, alternando-o com a habitual carne de frango, peru e coelho. Porém, lembrei-me bastante da minha mãe e dei-lhe razão quando ela se queixava que dava muito trabalho a preparar. Primeiro são os restos das penas que é necessário retirar com uma pinça, depois o excesso de gordura que é preciso cortar, e, por último, ainda temos um animal que nos fornece muito pouca carne. Enfim! Não sei se depois desta experiência voltarei a comprar outro pato, pelo menos enquanto me lembrar deste. Apesar de todas estas minhas lamúrias, quem o comeu até gostou, por isso resolvi coloca-lo neste espaço.

Chega agora o momento de referir as torturas porque passou o animal (e a cozinheira) até ele ficar com este bronzeado, com que surge na fotografia. Comecei por retirar mais umas gorduras, para além das que já tinham sido retiradas no talho. Depois passei à fase da "pinça", pensando que seria capaz de depilar o animal na perfeição. Rapidamente me apercebi que era um objectivo irrealista e desisti. Preferi chamusca-lo um pouco. A seguir decidi utilizar uma técnica cuja descrição encontrei num livro de cozinha. Enchi um wok com água a ferver, até 2/3 de altura, e sujeitando a ave por uma mão deitei sobre ela conchas de água quente. Isto deveria permitir que os poros ficassem fechados e a pele preparada para ser assada, formando no final uma crosta.

Numa assadeira coloquei 4 cenouras grandes (peladas) e sobre elas o pato, atado com um cordel para ficar mais "elegante". Deixei assar 15 minutos a 250º C e mais 20 minutos a 200º C. De seguida comecei a pincela-lo com uma mistura feita com molho de soja, vinagre balsâmico e mel. De 10 em 10 minutos tirava o pato para fora, virava-o e pincelava a pele exterior. É importante referir que a meio do processo foi necessário escorrer a gordura que se tinha formado na assadeira, por ser em excesso. Ao todo talvez tenha levado cerca de 1 hora e meia no forno, isto porque eu tenho sempre medo que as aves não fiquem bem assadas.

Tomates no forno

Muitas vezes são os pratos mais simples e aqueles que fazemos rapidamente, que nos fornecem maior satisfação. No meu caso ando sempre à procura de novas formas de comer vegetais e legumes, que são neste momento parte importante da minha dieta alimentar. Por isso fui atraída pelas receitas de tomates assados que surgem com muita frequência nas revistas francesas. Claro que é preciso ter o cuidado de utilizar frutos de boa qualidade, isto é, de agricultura biológica, que nos possam garantir que não corremos grandes riscos ao utilizar os tomates com pele.

A receita é de extrema simplicidade. Lavei um cacho de tomates e sequei-os bem com papel de cozinha. Depois coloquei-os numa assadeira de barro de Bisalhães, reguei-os com um fio de azeite e polvilhei com uma mistura de ervas da Provença. Por último, e porque o vi referido numa revista, salpiquei com um pouco de açúcar amarelo. Penso que este último ingrediente apenas se justifica na medida em que pode fornecer algum efeito caramelizado. Foram ao forno juntamente com outra travessa com vegetais durante aproximadamente 30 minutos.

domingo, 16 de maio de 2010

Empada de frango com quiabos (4º episódio da saga dos iogurtes)

Com esta receita termino a saga dos iogurtes ácidos. Porém, creio que depois desta sequência de pratos irá permanecer alguma tendência para introduzir iogurte (natural e magro) nas mais variadas preparações.

Esta empada começou pela necessidade de utilizar uma embalagem de quiabos que tinha comprado, antes de uma das minhas viagens, de forma a não se estragarem e poderem ser congelados. Assim, preparei um molho de tomate a que depois juntei os quiabos e deixei ferver durante 15 minutos, congelando-os depois de frios. Quando os descongelei coloquei-os de novo a ferver com 1 colher de chá de caril e juntei-lhes ainda 3 peitos de frango cortados aos cubos. Deixei ferver mais 20 minutos.

À parte, preparei uma massa, seguindo uma receita da Babette: 2 e 1/2 chávenas de farinha, 130 g de margarina Becel, 200 g de iogurte e sal q.b.. Dividi a massa em duas porções que estendi com um rolo. Com a primeira forrei uma tarteira onde depois coloquei o recheio, tapando depois com a outra rodela de massa, tendo o cuidado de unir bem a massa no bordo. Pincelei com gema de ovo e levei ao forno por cerca de 20 minutos.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Batata doce com crosta de bulgur


Vou fazer um pequeno intervalo na saga dos iogurtes para me referir a um outro ingrediente que também gosto muito de usar - o bulgur. O que utilizei nesta receita já tinha sido cozido há alguns dias, mas como o tinha feito em excesso, congelei-o para o aproveitar mais tarde.

Num tabuleiro de ir ao forno coloquei batata doce descascada e cortada transversalmente em fatias com cerca de 1 cm de espessura. Quanto ao bulgur temperei-o com 3 dentes de alho picados, 3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado, folhas de hortelã picadas e 2 colheres de sopa de azeite. Misturei bem e coloquei por cima das rodelas de batata doce. Depois polvilhei o bulgur com queijo e levei o tabuleiro ao forno durante cerca de 45 minutos. A batata doce, por qualquer razão que não consigo identificar, levou bastante tempo a cozer, de tal forma que foi necessário colocar uma folha de alumínio por cima, para o queijo não tostar muito.

Bolo de iogurte com cranberries (3º episódio)


Este bolo, que surgiu apenas da necessidade de gastar os iogurtes, ficou bastante bom. Às vezes acontece! Também gosto da fotografia que para mim transmite um sentimento de gulodice recalcada que de repente se liberta e "ataca", em sentido literal, o bolo acabado de sair do forno.

Para a massa deste bolo utilizei os seguintes ingredientes: 100 g de farinha de milho fina, 125 g de farinha de arroz, 1 colher de sopa de fermento, 3 iogurtes naturais magros, 3 ovos inteiros, 4 colheres de sopa de açúcar amarelo, 1 colher de chá de essência de baunilha, 1/2 chávena de cranberries picados. Depois de tudo misturado coloquei numa forma lisa de silicone, que tem vindo a prestar bons serviços. Penso que este bolo só tem a ganhar se não ficar muito alto, até porque a massa fica com uma consistência bastante fluída. A utilização da farinha de arroz é um aspecto importante porque ajuda a dar leveza ao bolo.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tarte de alcachofras (2º episódio da saga dos iogurtes)

Com esta tarte vou dar continuidade à saga dos iogurtes ácidos. Aproveitei também para acabar com alguns restos de farinha.

Para a massa utilizei: 250 g de uma mistura de farinha de trigo normal, integral e ainda de espelta; 100 g de margarina Becel e 1 colher de sopa de azeite; sal refinado; 5/6 colheres de sopa de água. Depois de misturar tudo e de obter uma massa homogénea deixei descansar durante aproximadamente 30 minutos. A seguir estendi a massa e forrei uma tarteira (pequena), deixando metade da massa para a decoração final em grelha.

Arranjei e cozi a vapor umas alcachofras que comprei no mercado biológico. Coloquei-as depois de cozidas na forma já forrada. Depois esfarelei o conteúdo de um pacote de queijo feta, juntei-lhe um iogurte, manjericão cortado, 1 ovo inteiro e mais 2 claras. Deitei este creme sobre as alcachofras e utilizei o resto da massa (que é em excesso para este tamanho de tarteira) para fazer umas tiras por cima. Foi ao forno (200ºC) cerca de 45 minutos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Queques de abacaxi e coco ou o 1º episódio da saga dos iogurtes ácidos

Com estes queques vou dar início a uma série de receitas inventadas ou recriadas para gastar duas caixas de iogurtes que, embora estando perfeitamente na validade, apresentavam uma acidez excessiva para o meu paladar. Como sou a única a comer iogurtes magros naturais cá em casa, não tive quem me ajudasse. Sugeriram-me que lhes colocasse um pouco de compota. Mas teria de engolir uns quantos frascos de doce para que os 16 iogurtes se tornassem comestíveis. Num acesso de mau humor também pensei em colocá-los no lixo, mas depois os meus genes paternos vieram ao de cima e impediram-me de cometer esse desperdício. Provavelmente o que fiz foi pior em termos de sustentabilidade pessoal, e outras sustentabilidades. Mas fiquei satisfeita com a solução e por qualquer razão química a acidez dos iogurtes não se notou muito nas minhas pequenas iguarias.

Para estes queques utilizei 100 g de farinha de trigo, 100 g de farinha de arroz, 4 colheres de sopa de açúcar amarelo, 2 colheres de chá de fermento, 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio, 2 ovos, 2 iogurtes magros, 1 chávena de chá de abacaxi fresco cortados aos quadrados pequenos e depois envolvidos em farinha, 1 colher de sopa bem cheia de coco. Comecei por juntar os ingredientes húmidos e misturar depois os secos. Coloquei a massa em formas pequenas e levei ao forno cerca de 20 minutos a 200ºC. Depois de frios deitei por cima uma colher de chocolate branco para cobertura da marca Valor, derretido no microondas a que juntei 1 colher de sopa de coco.

Nota: para o caso de algumas das minhas leitoras começar a contar os iogurtes que gastei nesta saga "ácida" é importante referir que antes de a iniciar já tinha comido alguns.

Brownies sem culpa

Cozinhar tem em mim efeito terapêutico a vários níveis. Neste momento, é um dos pouco espaços onde posso exercer a minha criatividade, tendo apenas como limite a eventualidade de preparar algo totalmente intragável, que vai terminar no caixote do lixo. Porém, o tempo que lá estou, em agradáveis congeminações, sobre quais os ingredientes a colocar ou ainda qual o formato a dar ao prato, é um período em que me desligo de todos os problemas diários. Por outro lado, acontece que este prazer em que está impregnado o acto de cozinhar ainda culmina em algo, bem material, que nos envolve através de todos os sentidos e nos transporta até ao "céu dos gulosos". Foi o que aconteceu com estes brownies feitos no final de uma tarde de domingo. A receita foi completamente alterada face às tradicionais, para reduzir o meus sentimentos de culpa ao comer este tipo de bolos.

Assim, utilizei 100 g de chocolate negro, partido aos quadrados que misturei com 2 iogurtes magros. Levei ao microondas até ao chocolate derreter e depois com a ajuda de umas varas bati a mistura até que ficar homogénea. Juntei-lhe 2 colheres de sopa de açúcar amarelo, 3 colheres de sopa cheias de farinha, 2 colheres de sopa de cacau magro, 100 g de avelãs e de nozes, partidas de forma grosseira, 2 ovos e 1 colher de café de essência de baunilha. Deitei este creme num tabuleiro pequeno previamente forrado de papel vegetal de cozinha. Levei ao forno (150ºC) durante cerca de 30 minutos. Depois deixei arrefecer um pouco e virei sobre uma superfície também coberta com papel vegetal. A seguir cortei os quadrados e polvilhei a parte de cima com cacau em pó.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Borrego no forno em cama de legumes

Na zona onde vivo abriu recentemente um mercado biológico, por isso aproveitei o sábado para fazer uma visita de reconhecimento e também para comprar uns legumes e umas frutas. Infelizmente chovia imenso e era praticamente a única cliente. De qualquer forma penso que este é um programa que vou incorporar na minha rotina de fim-de-semana, porque sempre é mais perto que o mercado do Príncipe Real onde habitualmente fazia as minhas compras. Depois passei pelo talho para comprar algumas proteínas animais, mas sempre à pressa porque o meu grande prazer dos sábados de manhã é poder assistir a um programa da M6 que se chama "Un dîner presque parfait". Nunca consigo ver o programa todo, até por ser bastante longo, mas aproveito os intervalos para preparar o almoço, porque depois de se assistir a este programa apetece mesmo comer uma bela refeição. Foi neste contexto que surgiu a receita de borrego que passo a referir.

Comecei por preencher o fundo de uma assadeira de barro de Bisalhães com cenouras cortadas em palitos grossos, quartos de cebola roxa e troços de alho francês. Juntei-lhes uma folha de louro e dois cravinhos. Depois por cima coloquei uma mão de borrego, untada com massa de pimentão. Reguei tudo com um fio de azeite. Cobri o tabuleiro com papel de alumínio e levei ao forno a 180ºC durante 1 hora. Depois retirei o papel de alumínio e deixei de forno, a 200ºC, durante mais 45 minutos, tendo o cuidado de abrir o forno e regar regularmente a carne com os sucos que se iam depositando no fundo da assadeira.

Para acompanhar resolvi experimentar a fazer um puré de batata a que juntei dois tomates pelados e cozi em água aromatizada com dois talos de hortelã. No final escorri a água e retirei a hortelã antes de transformar os legumes em puré. Coloquei apenas um fio de azeite para ficar mais gostoso.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pão de sardinhas e atum

Esta receita tem por base outras que já apresentei neste blogue, mas sofreu uma série de alterações que o transformou num pão muito mais húmido e consistente. O que presidiu às mudanças, para além da minha apetência natural para transformar tudo, foi o pretender introduzir alguns produtos.

Utilizei neste pão os seguintes ingredientes: 220 g de farinha com fermento, 1 colher de chá de açafrão-das-Índias, 1 colher de sopa de orégãos secos, 1 lata de atum e outra de sardinhas sem pele nem espinhas, 4 ovos, 1 iogurte magro, 1/2 chávena de quadrados pequenos de queijo feta, 1/2 lata de milho doce, 2 colheres de sopa de sementes de sésamo e um pouco de cebolinho picado. Aos ingredientes secos misturei os húmidos, batendo de forma a obter um creme. Coloquei numa forma de rectangular que levei ao forno cerca de 30 minutos.

Este tipo de receitas tem a vantagem de se fazerem muito rapidamente e de servirem para um jantar ligeiro.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Entrecosto caramelizado

Tenho que confessar que esta foi a primeira vez que comprei entrecosto. Não sei por que motivo obscuro me senti impelida a fazê-lo. Provavelmente porque estava com paciência suficiente para preparar um assado que ficasse com uma capa caramelizada! Talvez tivesse sido também influenciada por um programa da Nigella a que assisti outro dia, em que tudo parece muito fácil de fazer. Aliás, julgo ser essa a técnica dos programas de culinária. Outro dia passei por uma experiência dessas, mas em que nada estava preparado para ser a "fingir" e aconteceu que a elaboração de umas migas e uns ovos mexidos levaram três horas de gravação, ficando os intervenientes e a equipa técnica completamente exaustos, no final. Nem sequer tiveram vontade de comer o produto final. A partir daí sempre que vejo os programas da Nigella fico a imaginar quais foram os problemas em termos de produção e realização de cada um daqueles episódios.

Mas voltando ao entrecosto caramelizado, comecei por adquirir dois belos pedaços de entrecosto no talho, pedindo para lhes darem uns cortes transversais. Coloquei-os, sem qualquer tempero, num tabuleiro de inox que levei ao forno 30 minutos a uma temperatura de 250ºC. Depois desliguei e deixei ficar a carne dentro do forno de um dia para o outro.

No dia seguinte, pela manhã, escorri toda a gordura que se tinha formado na base do tabuleiro. De seguida misturei molho de soja, com vinagre balsâmico, mel e um toque de Vinho do Porto. Pincelei a parte de cima da carne com este molho e levei ao forno a uma temperatura de 150º/180ºC durante 10 minutos. Retirei, virei a carne e pincelei de novo a parte de cima. Repeti esta operação várias vezes durante um período de 45 a 60 minutos. Ao pincelar tive o cuidado, já na fase final, de o fazer ao de leve para permitir a formação da crosta caramelizada. Foi um trabalho de paciência, porém o resultado foi compensador. Claro que este é o tipo de comida ideal para um almoço de família ou entre amigos, porque o que sabe bem é comer à mão e "roer" bem os ossinhos.

Travesseiros de farinheira e espinafres


Desde que vi esta receita no blogue da Babette já a fiz duas vezes, tal foi o sucesso que obteve cá em casa. Por coincidência tinham-me oferecido há algum tempo atrás umas farinheiras da zona da Guarda, que tinha congelado, mas sem grandes expectativas de as aproveitar. São um pouco diferentes das que consumimos em Lisboa. Aliás, bastante melhores porque parecem ter menos gordura.

A receita é bastante simples e eu só introduzi umas ligeiras alterações. Comecei por cozer a farinheira, depois de picada com um garfo, durante 5 minutos. Depois retirei-lhe toda a polpa que transformei numa pasta com a ajuda de um garfo. Em separado, fritei alho picado e 2 colheres de sopa de pinhões em azeite, até os pinhões começarem a alourar ligeiramente. Juntei então espinafres previamente cozidos e picados. Envolvi-os no azeite e deixei tomar de gosto uns minutos. Depois adicionei a polpa da farinheira e misturei tudo até obter uma massa homogénea.

Desta vez, utilizei uma massa folhada congelada de origem espanhola que tinha a indicação de utilizar margarina vegetal. Estendi a massa de forma a obter um rectângulo, colocando o recheio no centro. Dobrei depois a massa e cortei-a com uma faca, pincelando cada uma das peças com gema de ovo batida. Os pastéis foram ao forno num tabuleiro forrado com papel vegetal durante cerca de 15 minutos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Queques de avelã

A ideia de fazer uns queques de avelãs, surgiu primeiro do facto de ainda ter em casa um saco destes frutos secos que trouxe da Mêda, assim como do meu desejo de experimentar uma cobertura de chocolate branco aromatizada com laranja, que comprei recentemente em Madrid na Chocolat Factory.

Para estes queques utilizei 200 g de farinha, 150 g de avelãs moídas, 2 1/2 colher de chá de fermento em pó, 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio, 2 ovos, 125 g de açúcar, 80 ml de azeite com baixa acidez, 250 g de iogurte magro, 1 pouco de essência da baunilha. Comecei por misturar os ingredientes secos e depois adicionar os húmidos. Bati bem o creme antes de o colocar nas respectivas formas. Foi ao forno cerca de 20 minutos a 200º C.

Quando saíram do forno coloquei-os numa grade de bolos para arrefecerem. Depois foi só derreter o chocolate no microondas e colocar uma colher de chá em cima de cada queque, enterrando-lhe uma avelã no centro.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Bacalhau no forno com puré de vários legumes

Nos últimos tempos a minha vida profissional tem-me impedido de cuidar de alguns aspectos que considero essenciais para se conseguir ter uma boa qualidade de vida, entre eles encontra-se a alimentação. Assim, cheguei ao fim-de-semana com escassez de ingredientes no frigorífico e na despensa e com os supermercados fechados, devido ao 1º de Maio. Foi por isso necessário aproveitar tudo o que tinha em casa. É na sequência desta situação que surgiu esta receita de bacalhau que acabou por ficar de tal forma agradável, que vai passar para a lista de pratos a repetir.

Comecei por cozer três postas de bacalhau já demolhado durante 10 minutos. Depois de escorrido e frio, retirei pele e espinhas e separei-o em lascas. À parte fiz uma cebolada com três cebolas às rodelas, 6 alhos picados, 1 folha de louro e azeite. Quando a cebola já estava branda deitei o bacalhau e deixei tomar de gosto durante uns minutos, mexendo sempre.

Paralelamente fiz um puré com 3 batatas grandes, 1 batata doce grande (variedade polpa laranja), um pedaço de abóbora e uma cenoura. Deixei ferver os legumes em água temperada com um pouco de sal e 1 colher de chá de açafrão-das-Índias. No final reduzi a puré, deixando um pouco de água da cozedura, cerca de 3 a 4 colheres de sopa, só para não ficar muito espesso e não ter de juntar leite ou gordura. Temperei o puré com queijo parmesão ralado e noz-moscada também ralada. Num prato de ir ao forno coloquei em baixo o bacalhau e por cima a camada de puré. Pincelei com gema de ovo batida e levei ao forno durante uns 20 minutos.

domingo, 2 de maio de 2010

Couve-flor no forno

Já fiz esta receita há algum tempo, mas ainda não tinha tido oportunidade de a colocar no blogue. Embora bastante simples, é uma opção agradável e permite aproveitar sobras de legumes cozidos. Neste caso, tratou-se de couve-flor cozida, que foi coberta com uma abundante quantidade de molho de tomate feito em casa. Gosto de utilizar tomate fresco, porque controlo a forma de confecção, nomeadamente lavando-o bem e depois retirando a casca com cuidado, uma vez que nela se podem encontrar resíduos de produtos nocivos para a saúde. Por outro lado, um molho de tomate caseiro tem um sabor totalmente distinto dos de compra. Polvilhei depois o prato com queijo parmesão e sementes de abóbora. Foi ao forno apenas para gratinar ligeiramente.